RELATO DE UM CASO COMUM, À LUZ DA IRIDOLOGÍA HOLÍSTICA E SISTÊMICA, COM FINAL INCERTO. O peso da CONSCIENCIA PESSOAL e as consequências de confundir e mal administrar a CULPA e a INOCÊNCIA.

por Daniel Héctor Della Valle


Uma Sra. (que chamaremos de TH) de 73 anos, consulta por dores no corpo todo, problemas de coluna, mal-estares digestivos severos e insônia. Ela, é trazida por uma das suas filhas, de comportamento responsável e amoroso.
A Sra. mostra se “severa”, tensa, “rígida” ...

Na anamnese, fica claro imediatamente que existem “altos e baixos” na sua vida, que mexeram de mais emocionalmente. Fundamentalmente, a perca de um dos seus 5 filhos. Praticamente seus problemas físicos começam a ser sofridos a partir de aquela perda.
Até aí, a queixa é comum para pessoas idosas.


Na observação iridológica se constatam fatos que podem não acompanhar a sintomatologia da cliente TH. É dizer, os sinais iridológicos não justificam tanta dor. Os resíduos ácidos e os processos inflamatórios são pequenos... as disfunções que acompanham a sintomatologia relatada deveriam ser visíveis em cores e em sinais de agudização, e/ou em sinais crônicas e de desvitalização mais que evidentes.
No entanto, os sinais iridológicos visíveis, claros e fortes, são de um forte estresse físico e emocional, rigidez comportamental e de alterações digestivas.
Se vê que como consequência do estresse prolongado há diminuição da produção de suco gástrico, provocando uma condição crônica disfuncional sintomaticamente dolorosa e acúmulo de toxinas ácidas a cerebral, combinadas com RS e anéis de tensão.
De forma leve, se visualizam tofos em forma de Anel de Harmonia (Rosário linfático) e pelo tanto, localizados mais centralmente, assim como quase transparentes enevoados de acidoses intersticiais inespecíficos.

Não há outros sinais. Nem fraqueza, nem de perca de tecidos, nem agudas... nem de dislipidemias, nem de alterações de ácido úrico... Os sinais de Cronorischio são praticamente ausentes a não ser por múltiplos RS nos primeiros anos de vida e um outro, na data da perda do filho.

Em síntese, uma “expressiva” ausência de sinais do círculo 4 e da BSNA. Um silêncio que, em termos diagnósticos, fala.

A Sra. TH se queixa da vida, sofre pela perda do filho, não aceita nenhuma opção pois diz já ter tentado sair das dores e do seu particular estado emocional de muitas formas e através de múltiplos tratamentos... sempre, sem nenhum resultado.
O diagnóstico ou compreensão da sua situação não é viável pelo caminho da iridología orgânica. Holisticamente, podemos sim compreender melhor a situação. Tendo em conta os sinais objetivos e subjetivos, a anamnese, os comentários respeitosos da filha, os sinais de estresse e tensão explicam a situação dolorosa e ainda muito mais, a situação emocional. Ainda mais, se observamos o processo de adoecimento através da medicina germânica...
A vida não era nem tinha sido um mar de rosas para TH. O falecimento do filho foi o estopim, o esforço final do seu corpo e da sua capacidade de resiliência emocional e acaba por “se entregar” a um destino que acha merecer.

Apesar da idade de TH, sua saúde é boa. Não existem motivos claros ou suficientes para tanta dor. Mas, a tensão prolongada, a tristeza profunda, o desgaste sobre-humano para encaixar suas experiencias de dor, dentro de uma estrutura sistêmica familiar específica, ou seja, ajustada às exigências da sua própria consciência pessoal e por tanto aos preceitos e/ou normativas da consciência familiar à que pertence, lhe conduzem inexoravelmente à sintomatologia que hoje experimenta. O que é curioso, e que deixa espaço para a reflexão e para pesquisa, é que os sinais iridológicos ainda não são inteiramente visíveis. Sem dúvidas é uma comprobação a mais sobre o caráter pré-clínico da iridología.

Não é a nossa intenção fazer um relato detalhado da história e agruras da Sra. TH. E sim analisar a relação que existe dentre um determinado estado patológico e sintomático, tanto com os sinais iridológicos, como com a visão sistêmica. E isto fica evidente no caso da nossa cliente.

Os sinais iridológicos sistêmicos confirmam.
Uma infância difícil, de extrema rigidez e exigências, evidentes através do Cronorischio e da leitura tanto da criação como da Masculinidade e da crítica à figura paterna, a ausência de sinais emocionais ao longo dos primeiros 25 anos, a tremenda auto exigência e a necessidade de ser aceita, o perfeccionismo e a forma em como separa, no intuito de proteção, sua vida pessoal do resto do mundo e especialmente dos seus próprios pais, nos proporcionam um roteiro mais que possível para compreendê-la. Ali onde podemos ver a ligação emocional, seu pertencimento, a ligação essencial tanto com o pai como com a mãe, está livre de sinais, antepondo ao sentir, um rígido e alto muro que anestesia e desumaniza uma relação que deveria ser afetiva e harmoniosa e que em câmbio, era obviamente estressante e frustrante ao ponto de gerar uma benvinda auto omissão e até uma cascata de movimentos interrompidos.

Como mãe, ainda assim, se doa. Tenta pela boa consciência ser uma boa mãe, tal qual a consciência familiar e os arquétipos o determinam. Estava no lugar da criança quando chega a adulta, e, sem sair dele, chega a ser esposa e depois mãe. Sem sair do lugar da criança. Por isso não pode compreender a dinâmica da vida. Por isso o apego e a incapacidade de aceitar, de assentir o destino próprio e o destino do filho. A boa consciência diz que não há maior sofrimento que perder um filho e então aceita o sofrimento como forma de expiar e compensar culpas que não lhe pertencem e emaranhamentos nos quais habita desde pequena, ou talvez, desde a concepção.

O conjunto de sinais iridológicos, generosamente, nos explicam a situação a ser compreendida. O centramento e a certeza de ser guiados por algo maior, o olhar e expressões do consulente conferem.

O cliente foi diagnosticado e foi dada uma sugestão terapêutica que deverá seguir.
Ainda assim, como foi dito já no título deste artigo, a situação ainda tem um final incerto.

No depende do terapeuta, nem dos suplementos alimentares naturais, nem do tratamento em se. Depende exclusivamente da consulente. Depende da sua capacidade de perceber. Da aceitação do seu destino, da aceitação do destino do filho, da sua capacidade de volver a seu lugar, resolvendo seu passado para deixar de ser criança... depende da capacidade da consulente de perceber como todos e cada um dos momentos da sua vida foram importantes e determinantes e como, o retomar da sua vida com sentido e criatividade, pode justificar o preço pago para chegar até aqui, e até, ser uma forma de dizer a seu filho morto, e aos 4 vivos... Eu sou a sua Mãe. Amo vocês. Estarei viva mais um pouco e depois partirei, fazendo da minha vida algo bom em nome dos meus ancestrais e em nome de vocês filhos amados. Essa é a razão da vida.

Nossa conversação teve esse rumo... ela ouviu. Agora é com ela, até o retorno...

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