TERCEIRA LEI SISTÊMICA: A LEI DO EQUILÍBRIO ou de DAR E RECEBER

 p. Daniel Della Valle

Muito bem...

Com a LEI DO PERTENCIMENTO, ganhamos o contexto da nossa vida. Um contexto único e poderoso em relação ao espírito das nossas famílias de origem e em relação a um apanhado de histórias, virtudes aceitas e comportamentos minimamente necessários para nos manter acolhidos dentro do nosso sistema.

Com a LEI DA HIERARQUIA, ganhamos um lugar específico. Uma ordem e um lugar absolutamente nosso, dentro de um sistema familiar, desde o qual olhamos a vida e a reverenciamos.

Um lugar desde o qual teremos a possibilidade de nos relacionar de forma diferenciada, mas ainda INCERTA, com cada um dos integrantes da família e com cada um dos indivíduos que formem os sistemas dos quais participemos.

E ... com a LEI DO EQUILÍBRIO?...

Para começar... Bert Hellinger, no seu livro “A SIMETRIA OCULTA DO AMOR”, Nos diz... “Nossos relacionamentos, bem como nossas experiências de culpa e inocência, começam com o dar e o receber”

Com a LEI DO EQUILÍBRIO DENTRE DAR E RECEBER... ganhamos o poder de nos relacionar, mas, agora, EFETIVAMENTE com o nosso sistema, com a sociedade e com o todo. inclusive com a vida.


Apesar de que podemos definir esta Lei de forma curta e simples, como a obrigatoriedade de equilíbrio dentre dar e receber dentro de qualquer relação humana, esta lei não fala de um equilíbrio uniforme, igualitário e sim de um equilíbrio dinâmico e coerente, segundo o tipo de relacionamento de que se trate.

É que, como vocês sabem, a gente não se relaciona da mesma forma com os nossos pais ou com os vizinhos; com nossos irmãos ou com os nossos filhos, com nosso professor ou com o nosso gerente do Banco...

ESTE EQUILÍBRIO É SISTÊMICO e pelo tanto respeita pertencimento e hierarquia.

Além disso, segundo a filosofia Sistêmica de Bert Hellinger, nascemos a serviço da família. Não nascemos como sendo uma folha em branco, como se acostuma pensar... Nascemos com uma FOLHA CORRIDA cheia de registros e de assinaturas de dois sistemas, paterno e materno; em relação histórica vertical e horizontal (ou seja, em relação ao nossos ancestres e sua história, mas também, em relação com a família atual).

Por estarmos a serviço da família, temos a tendência a preencher os espaços dos excluídos e a assumir responsabilidades que não são nossas, saindo do nosso lugar e ainda, acreditando cegamente e por amor, que temos esse poder de decisão.

Além de estarmos sujeitos a equilíbrios diferentes para cada tipo de relação, o que necessitaria de todo a nossa atenção e amadurecimento, na hora da troca, estamos convencidos de que temos muito para dar... e DAMOS..., quase sempre de forma INCORRETA. Ou pior, damos sem tal vez nunca ter “tomado” de aqueles dos quais deveríamos ter tomado” 

Até voltarmos a nosso lugar, não podemos perceber que vivemos numa realidade feita a medida da nossa consciência, e que ainda que pareça.... não dá margem para o livre arbítrio nem para a aplicação literal e indiscriminada da causação lineal.

Falando especificamente desta lei, RESPEITANDO a LEI DO EQUILÍBRIO, podemos experimentar o maior grau de independência dentro de um sistema.

Sempre que mantenho minhas trocas interpessoais equilibradas, me movimento na vida em paz e em harmonia.

Se mantemos uma TROCA equilibrada com as pessoas, segundo seja o vínculo, fluiremos; nos mantendo com a sensação de estar bem, leves, sem o peso da dívida nem a expectativa de ter que receber e, sobretudo, sem os sentimentos e emoções que se associam a ser um devedor ou ser um acredor. 

Ao viver em respeito a esta lei, ficamos dispostos para um campo maior, um campo infinito de probabilidades, concatenados, e então, com a possibilidade de experimentar uma AUTONOMIA SISTÊMICA, de dispor de um PODER DE ESCOLHA SISTÊMICO.

E que significa ter uma AUTONOMIA SISTÊMICA?

Autonomia se compreende como a capacidade de governar-se; Competência para gerir sua própria vida, fazendo uso de seus próprios meios, vontades ou princípios.

Sistêmica, por outra parte se refere a aquilo que pertence a um sistema.

Então, se Eu faço uso da minha AUTONOMIA SISTÊMICA, terei a possibilidade de me governar, de tomar minhas decisões, de me arriscar ou me conformar, de continuar sendo ou de me transformar segundo meus próprios critérios e princípios, contradizendo ou não os parâmetros limitantes sejam estes comportamentais, éticos o morais do meu sistema familiar, ou dos sistemas dos quais faço parte, mas, SEM TRANSGREDIR AS LEIS SISTÊMICAS DE PERTENCIMENTO, HIERARQUIA E EQUILÍBRIO.

Porque Eu posso viver a vida do jeito que EU achar, ainda na contramão de tudo aquilo que se espera de mim, tendo como única condição O RESPEITO SISTÊMICO.

Voltando A lei de EQUILÍBRIO, esta diz que deve existir uma troca equilibrada em todas as relações humanas para que delas não se gerem consequências indesejadas e posa existir a paz. Então, sobre-entendemos a Lei do Equilíbrio, como um sistema diferenciado de trocas equilibradas segundo seja o tipo de vínculo.

Falar de como atua a lei do equilíbrio nas relações humanas, com tanto vínculo possível nestas relações, levaria a muitos artigos, a muitos encontros, a muita informação... e aos poucos iremos conversando de todos estes assuntos.

Mas a forma de introdução, podemos dizer que as trocas devem ser equilibradas. E sempre recíprocas. Quem dá recebe e quem recebe dá. Com os amigos, conhecidos, as pessoas do nosso trabalho a relação é absolutamente equitativa. Damos um, recebemos um... e assim vai.

Nos relacionamentos entre irmãos a troca es equitativa, mas se respeita a hierarquia.

As trocas dentro das RELAÇÕES MATRIMONIAIS, são na base da absoluta igualdade, com a característica de manter a troca “viva”. Ou seja... Eu recebo e dou..., mas, sempre dou um pouco a mais, porque amo e dar mais me faz bem... Se déssemos o mesmo que recebemos, não seria um relação de matrimónio, seria uma relação de amizade.... e o matrimonio se enfraqueceria.

Ah!   Aqui a troca também deve existir nas questões negativas!

A Grande excepção em relação ao equilíbrio e reciprocidade, é A RELAÇÃO DENTRE PAIS E FILHOS. E a sua não observância, nos leva constantemente a cometer erros dolorosos, com grandes e penosas consequências para quem transgrede esta lei...

Os pais sempre dão. Os filhos sempre recebem.

Os filhos só poderão compensar ou retribuir, a sua hora, dando, sem receber a seus próprios filhos....

EU sei que é difícil de compreender assim... de uma vez...

São conceitos diferentes que sustentam a uma filosofia e a uma ciência nova, a ciência dos relacionamentos humanos ou Hellinger Siencia®.

De cada tema, de cada lei, de cada assunto se escrevem livros e mais livros e artigos e mais artigos e ainda assim falta muito para dizer...

Se dê uma chance... me dê uma chance para tirar suas dúvidas.

 

Um forte abraço!

Muita Luz a todos!

Comentários