PRGUNTAS E RESPOSTAS: FAÇO TUDO DIREITINHO... PORQUE NÃO ME DESINTOXICO?

 p. Daniel Della Valle


A situação é a seguinte:

Me alimento bem, tomo água, faço exercício… porque então tenho tantas toxinas no meu corpo?

Esta é a pergunta que hoje exige a nossa atenção.

Muitos consulentes indignados pela lentidão dos tratamentos nos fazem esta pergunta.

Há várias explicações práticas que podemos dar de forma rápida a nossos consulentes.

Por exemplo, poderíamos dizer que o corpo tem coletado essas toxinas durante a vida toda, por diversos fatores, e agora, seu organismo necessita de tempo e esforço para eliminá-las, o que não estaria errado…

Poderíamos dizer que a eliminação de toxinas se realiza para cada pessoa de forma muito diferente e, para algumas pessoas, demora mais… ou, poderíamos dizer que tal ou qual órgão está doente ou disfuncional... Todas estas explicações podem fazer parte de uma explicação razoável...

Em qualquer tentativa de explicar o porquê de tanta demora para a desintoxicação, ainda quando o consulente faz tudo direitinho, e, se somos objetivos, primeiro vamos a ter que descartar as dificuldades mais evidentes que ele possa ter, como doenças orgânicas ou metabólicas específicas, maus hábitos ou até problemas evidentes de origem emocional ou sistêmico.

Mas, eliminadas estas possibilidades, acharemos um dos motivos más escancarados, repetidos e menos comentados por quem trabalha na saúde, e que achamos na própria fisiologia do corpo humano.

O motivo pelo qual mantemos e agregamos toxinas no nosso organismo de forma descontrolada e inconsciente, geralmente é o funcionamento NORMAL do nosso organismo.

Sim!

E se é que não podemos perceber esta situação, é graças a nossa automatização e a nossa superficialidade, que nos mantem atentos a apegos, preconceitos e respostas condicionadas e por isso longe do essencial, como é o fato de nos conhecer intimamente...

A verdade é que existe uma retenção de toxinas histórica, que depende de muitos fatores, como por exemplo, a herança genética, o tipo de alimentação, antigas doenças e seus tratamentos medicamentosos, o estilo de vida, o nível de estresse e alguns outros…


Mas, há uma outra razão, essa para qual estamos chamando sua atenção, muito más radical e na medida em que não é tida em conta, incontrolável, e que se expressa no fato de que, a maioria das vezes em que acumulamos toxinas, não é por doenças renais ou hepáticas ou por outros motivos metabólicos... e sim pelas CIRCUNSTÂNCIAS!

E este não é um motivo inventado, escuro ou místico... está descrito no tradicionalíssimo livro de GUYTON, “FISIOLOGIA HUMANA E MECANISMOS DAS DOENÇAS” .... e, coincidentemente, hoje confirmado por Bruce Lipton na sua Nova Biologia e expressamente mencionado pelo Dr. Ryke Hammer na Nova Medicina Germânica...

Vamos lá:

Em normalidade o nosso organismo trabalha na manutenção da vida e seus equilíbrios.

Tudo normal. Extraímos O2 nos pulmões, filtramos os fluidos nos rins, o coração bombeia o sangue através do sistema circulatório, fabricamos enzimas, neurotransmissores, reparamos tecidos… todo normal.

Mas, o nosso organismo é altamente complexo e absolutamente interagente com o meio e nem tudo é tranquilidade e normalidade.

A sensação de normalidade acaba quando aparece a sensação de perigo e isto faz parte de uma programação neurológica muito antiga, que herdamos dos nossos ancestres mais antigos, que necessitavam de respostas rápidas para as situações perigosas, para as situações de vida o morte, comuns para aquela época.

Mais aqui no tempo, o medo, a ansiedade, a depressão e qualquer outra emoção OU Sentimento que surja na nossa mente como um aviso de que algo ruim possa acontecer, dispara a nível cerebral a necessidade de proteger a nossa sobrevivência.

A sobrevivência não é algo que o nosso cérebro possa pospor e assim, qualquer função “normal” se deixa de lado a favor da urgência por ajudar na tarefa de sair de toda e qualquer situação ameaçante.

Antes, lá atrás, uma erupção vulcânica, um urso, um incêndio, uma tribo rival poderia ser uma ameaça a vida... hoje são outras as ameaças, e geralmente nem são de “vida ou morte” ..., mas o nosso sistema nervoso as interpreta como ameaçantes.

Uma forte discussão familiar, a perda de um ente querido, perder emprego, não poder pagar contas, muitos dos momentos em que perdemos o controle, toda situação de estresse físico ou mental assim como tantas outras situações da vida moderna, são suficientes para díspar a ajuda cerebral e trocar a normalidade pela urgência.

A partir daí, e graças a adrenalina, o nosso sistema nervoso vegetativo se modifica de forma instantânea, saindo da normalidade para momentos de estresse, de necessidade de nos preparar para a sobrevivência ou para a conhecida reação de “luta ou fuga”.

O nosso corpo modifica suas funções para a situação de “ameaça”, aumentando a frequência cardíaca e a força de contração muscular, aumentando a captação de oxigênio, potencializando nossos sentidos dentre outras modificações. E, também, simultaneamente, deixa de lado muitas das funções normais, dentre as quais, estão as funções de desintoxicação. A digestão se paralisa, a filtragem renal diminui ou desaparece, a manutenção do nosso organismo se pospõe...

Percebe...

Você pode estar fazendo tudo direitinho, menos cuidar do essencial, desse espaço da sua interação com a realidade no qual você pode interceder, se tivesse uma visão menos restrita daquilo que é verdadeiramente importante.

O estresse e a preocupação normal é administrável, mas, quando estes estados se fazem crônicos, o nosso organismo começa a coletar toxinas e disfuncionalidade silenciosa constantemente até chegarmos à doença.

Você se alimenta conscientemente, faz exercício, leva uma vida saudável em quase todo sentido, mas está fora do seu lugar porque você não está se priorizando, porque está antepondo ao essencial algo que não é seu ou que não é da sua alçada, ideias limitantes ou até sentimentos de amor e de lealdade, muito bem guardados no seu coração e na sua alma. Seu corpo compreende essa situação como estresse E FAZ O QUE TEM QUE FAZER!

E veja bem... Uma vez que começamos a corrigir esta desatenção iniciamos um movimento de cura que não é imediato.

 É necessário sermos perseverantes, porque reconhecer o essencial na nossa vida não é um movimento menor... É UM DESPERTAR.

É uma conquista maravilhosa que vale todo nosso esforço e dedicação.

Significa que pulamos fora de uma roda SEM FIM de perda de energias e de saúde, que o taoismo chama de RODA DE ETERNO RETORNO e que nos mantem presos às não-virtudes.

Assim...

Vida saudável inclui TACITAMENTE, cuidar e manter nossa saúde psicológica e sistêmica.

 

Muita luz a todos

Um forte abraço!

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