A RELATIVIZAÇÃO DOS SINAIS IRIDOLÓGICOS NA IRIDOLOGIA SISTÊMICA OU DE CONTEXTO

 de Daniel Héctor Della Valle

Para aqueles que não tem muito conhecimento sobre a Iridología, esta, é uma técnica natural de avaliação de saúde não invasiva e pré-clínica, de características extraordinariamente preventivas, que nos informa sobre muitos aspectos do nosso ser, através da “leitura” de inúmeros sinais, manchas e falhas que a íris apresenta. Historicamente, as informações colhidas sempre falaram (ou pelo menos isso é o que podíamos compreender) da saúde orgânica, funcional e emocional.

Os sinais iridológicos (na parte colorida dos olhos) som estudados de forma cada vez mais objetiva desde mediados do século XV, ainda que a história da Iridología em si seja muito mais antiga.

Por aqueles anos, as íris nos mostravam principalmente, aspectos da saúde física... orgânica, e foi maravilhoso. Muito foi o que se aprendeu da observação paciente dos antigos práticos e médicos que observavam as íris para compreender melhor aos consulentes, e é daquela época que recebemos os mapas de distribuição reflexa dos órgãos e sistemas.

  

Mas, na medida em que o tempo foi passando, tanto o conhecimento geral como o científico avançaram vertiginosamente, assim como desabrocha e expande o desenvolvimento tecnológico. Graças a todos estes novos conhecimentos e ferramentas a Iridología também desabrocha, cresce, inclui novas formas de enxergar a saúde e a vida e amplia seu cone perceptivo. Aos poucos, a iridología começa a ver novas formas de compreender os mesmos sinais. Ou seja, hoje, já não se trata de compreender somente o estado de saúde física do nosso organismo, e sim compreender seu funcionamento, as emoções dominantes e a influência destas na saúde geral, a personalidade e seus desequilíbrios, medos e traumas, a forma como se relaciona com o mundo, herança genética, predisposições, os momentos traumáticos da sua vida e dentre outros a relação estabelecida e determinante filho/a - pai/mãe.
O surgimento da visão holística e sistêmica cimentaram e catapultaram a teoria iridológica, e assim, se criaram espaços para novas formas de abordagem iridológico da saúde e do ser em toda sua extensão.

De uma técnica perseguida e quase esotérica, a Iridología hoje passa a ser ensinada em faculdades de Medicina no mundo afora e a ser objeto de estudo científico nas Universidades mais importantes dos maiores países do velho continente.

A Iridología, que originalmente nos mostrava a forma em que a doença física desequilibrava nosso organismo, agora em novo contexto, nos mostra holograficamente muito mais.

O melhor: Não é que a Iridología mostre mais, é que a gente enxerga mais e melhor.

Assim, vão surgindo várias escolas iridológicas; várias formas de entender as íris, como a Iridología Alemã, a escola Francesa, a Orgânica, a Multidimensional, a Iridología psicossomática, a Iridología Energética, o Método Rayid, o Cronorischio muitas outras, até a chamada Iridología Sistêmica Familiar, uma das últimas e maravilhosas formas de compreender a informação das íris que surgem da longa tradição iridológica Italiana .

Mas, como pode...?

Um espaço tão pequeno com tanta informação!

A íris possui 1 centímetro e 3 milímetros de diâmetro (±), e ainda se resta o espaço da pupila e mesmo assim, ...de onde se extrai tanta informação?!

A Teoria Iridológica possui uma enorme quantidade de sinais, que se enxergam nas alterações de cores e nas manchas, nas alterações de relevo, nas texturas, na distribuição de áreas específicas, nos movimentos e deformações dessas estruturas, assim como no agrupamento e composição da imagem geral resultante de todos e cada um dos sinais iridológicos de cada consulente. São muitos sinais e muitas possíveis combinações para revelarmos as características funcionais e o particular equilíbrio de cada ser.

Com tudo, ter e conhecer cada sinal, ter esse “mapa do tesouro”, uma espécie de “atlas” que detalhe cada sinal e explique seu significado pode ser uma ajuda estéril sem a devida contextualização.

Isto é novidade?

Claro que não!

Todo deve ser contextualizado e dentro de essa contextualização dos sinais Iridológicos o primeiro degrau no caminho da boa prática, é entender quais são os níveis de adoecimento. Devemos compreender sistemicamente a doença e a saúde e abandonar velhas e traiçoeiras concepções limitantes, para poder perceber o obvio, que é também muitas vezes invisível.

Não vamos a entrar a explicar cada conceito e sem dúvidas poderemos falar dos mesmos em outros artigos, se assim o leitor o deseja, para que hoje posamos ir mais diretamente ao tema escolhido.

De onde vêm então tanta informação?

 

Os sinais iridológicos podem ser descritos na teoria Iridológica com bastante precisão. Assim, por exemplo, uma “lagoa”, que se observa nas íris como uma “falha” circular ou ovoide no estroma, na textura da íris, historicamente descreve uma área de debilidade tecidual e funcional. Uma “lagoa” na localização reflexa do rim, informa que o rim está levemente disfuncional, debilitado e pelo tanto não realiza suas funções de forma equilibrada. Tenha em conta o leitor que existem muitas variações dentro da “falha” chamada “lagoa” e para cada variação uma interpretação sutilmente diferente, o que diversifica de forma chamativa a “mensagem” da íris em relação a saúde do indivíduo. Temos Lagoas abertas, lagoas fechadas, lagoas de bordas marcadas, lagoas folha, lagoas em escada, lagoas em favo, lagoas agrupadas, lagoas glandulares, lagoas pontuais, normais ou gigantes, lagoas gêmeas etc., etc., etc., ... só falando da forma e sem ter em conta nenhum outro sinal acompanhante como sinais inflamatórios ou crónicos, associação de sinais, impregnação de cores o manchas etc.



Mas, o que ocorre quando mudamos a “lente” com que estudamos o caso de nosso cliente?

Que ocorre por exemplo, quando queremos compreender sua vida emocional, seus mecanismos mentais, suas dores, seus traumas, e como é que isso se reflete nas íris?

Que ocorre quando vemos nosso consulente de uma forma mais humanizada, mais, integral, mais holística...?

E que sucede, quando prestamos atenção a seu contexto social, a sua história familiar, quando podemos ter em conta tudo o que ele recebe do seu sistema Familiar não só nos determinantes primeiros anos de vida, e sim na sua existência pré-uterina e ainda mais, tendo em conta tudo o que recebe da ancestralidade e dos diferentes campos morfogênicos aos que seu sistema historicamente pertenceu?

Quais serão os sinais iridológicos nos quais poderemos achar estas informações?

Os sinais são os mesmos. Os mapas podem até mudar um pouco, mas, os sinais não. Sempre estiveram nos nossos olhos, sempre abertos e expostos a nossa interpretação, só que hoje podemos dizer... estamos menos cegos... Já há tempo que muitos grandes teóricos da iridología nos alertaram sobre novas formas de interpretar os mesmos sinais (os esclarecidos e pioneiros) e aos poucos vamos compreendendo-os e confirmando-os na mesma ciência, como por exemplo através da Física Quântica, da Nova Biologia, da Gestalt, a Medicina Germânica, os Campos Morfogênicos, da Epigenética, da Teoria dos Sistemas, da Hellinger Sciencia e de uma enorme quantidade de estudos comprometidos com esse progressivo processo de humanização saudável ao qual o bom viver nos conduz.

O certo é que devemos contextualizar. Devemos sempre relativizar cada percepção à luz de algo maior, e como não poderia ser diferente, se faz verdade uma das máximas mais simples que tenho ouvido na minha vida, desde a sabedoria dos meus Professores de Constelação Familiar Euclides, Leticia e Juliana... “Sempre... tudo depende, depende, depende”.

Uma Lagoa simples, indicará debilidade tecidual e funcional local. Mas, dependendo da sua localização e tamanho, pode significar dentro de outros contextos, medo, insegurança ou emotividade. Pode significar fraqueza genética e ser por tanto genotípica, ou ser adquirida ou modificada por fatores fenotípicos. Uma lagoa pode trazer informações sobre o fluxo da energia em determinado sistema orgânico ou estrutura, se é que estamos olhando para nosso cliente desde essa compreensão..., mas, pode perfeitamente ser um sinal de herança epigenética e nos trazer explicações para sentimentos e comportamentos, aparentemente desconexos com o indivíduo.

Fazendo o caminho inverso podemos verificar as causas desses sinais e chegar a conclusões importantes para “mapear” a realidade da pessoa que temos na nossa frente. E ainda, podemos ir muito mais longe quando aplicamos a visão sistêmica nas íris, quando fazemos uso da inteligência sistêmica, e observamos muito além do visível, compreendendo melhor o movimento desse ser, da sua alma e do seu destino.

O Iridólogo pode permanecer do jeito que lhe resulte mais leve na sua profissão. Não necessita forçar-se a mergulhar profundo, transformando seu trabalho de ajudante desde as ferramentas que gosta e domina, em um serviço que lhe resulte um sacrifício denso e missionário. A escolha é do Iridólogo... É do Terapeuta. Mas, sendo que o “fazer” dentro do trabalho terapêutico o levou até uma compreensão holística e sistêmica do ser e da saúde, dificilmente pode volver atrás; dificilmente pode se abstrair de olhar para toda essa grandiosidade que nos define, que nos contorna e que nos constrói.

Mencionamos só um dos sinais iridológicos a maneira de exemplo, e escolhemos talvez aquele que seja dos mais simples de todos, pois não procuramos fazer um “tratado” e sim mostrar a ideia por detrás da necessidade de relativizar os sinais iridológicos, dentro de uma contextualização crescente, sujeitos ás necessidades de perceber os fatos e de achar os caminhos de solução.

É por isso que não temos as explicações que as pessoas querem ouvir, e podemos explicar aquilo que as pessoas tentam não escutar... É mais fácil deixar a responsabilidade de resolver os nossos problemas de saúde nas mãos dos médicos, que, aliás, estudaram para isso.

Sim...

Claro! É muito mais fácil continuar do jeito que sempre fomos e fazendo do jeito que sempre fizemos ainda que isso não sirva para nada... muito menos para voltar a ter saúde.

Uma vez mais: Não se trata de lutar contra uma doença. A maioria das vezes se trata de lutar contra algo de nós que ainda permanece desconhecido; algo que é nosso ou do nosso destino familiar e que pulsa por mostrarmos algo que esquecemos, algo que excluímos, algo que deve ser concluído. Se fosse doença, o remédio curava.

A contextualização de cada caso, de cada consulente, de cada dor ou doença, é fundamental. Um bom diagnóstico é bom, um bom diagnóstico bem contextualizado é tudo.

A Iridología Sistêmica ou Iridología de Contexto não é outra coisa mais que beber da fonte; uma mistura de boa ajuda adulta, centrada, humilde e respeitosa que não está aqui para curar ou para salvar e sim para que cada pessoa tenha a possibilidade de se perceber, ser consciente e iniciar sua transformação, quando quiser e estiver disposta.

De qualquer jeito, a gente sempre poderá receitar chás, sucos e “garrafadas”1 para melhorar a digestão, e recomendações terapêutica para problemas circulatórios e/ou respiratórios (dentre outros), ainda que, pessoalmente, prefiro estar pronto para quando chegue a hora do trabalho profundo, quântico, sistêmico; o trabalho do passo além... para quando o consulente tome consciência de si e em assentimento, diga: Agora, ...“Eu por mim”.


Muita Luz a Todos!



1 Leia-se qualquer outra forma ou técnica de harmonização.


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