2°.- ENVELHECER COM SAÚDE. O que fazer... O que esperar quando se adoece.

Já conversamos sobre o fato de que o envelhecer não necessariamente deve ir acompanhado de doenças. Senescência é uma palavra pouco usada, mas, que possui como sua acepção, toda essa transformação no tempo, como uma evolução constante e cambiante do corpo, da mente e de todas as outras facetas da existência do individuo em ausência de doenças, ou seja, como sendo um processo normal.

Geralmente vamos vivendo e pouco cuidamos da nossa saúde. Já com alguns anos começamos a “chorar o perdido” e decidimos de que já é hora de cuidar. Às vezes, a saúde dá um susto na gente e sabemos então de que é a hora... Pero cuidando ou não, começam a aparecer primeiro as limitações; sintomas pequenos e isolados, depois as dores mais constantes; disfunções que chamam muito mais a nossa atenção pelo desconforto, pela perca de independência... Até que algum médico bota nome e sobrenome a nossa nova situação.
É comum no local de atendimento, ouvir dos nossos clientes como justificativa às doenças e mal estares coisas como: “Deve ser a idade!”.
Outras vezes... “é coisa de velho!”.

Primeiro então é questão de verificar se estamos doentes realmente ou é “coisa de velho”. Ou, melhor, si é coisa atribuível ao processo normal de envelhecimento e então nos perguntar... Este quadro pode o não pode ser revertido?
Chegando à conclusão de que é doença...  O que fazer?   O que esperar?

Na nossa sociedade, experta em resignação e acostumada a dizer amém à palavra santa do médico, o mais comum é passar a fazer o tratamento medicamentoso. É tomar remédios e esperar. Trocar de remédios por outro mais forte o diferente se é que não temos melhoras; agregar algum outro remédio para o estômago para assim poder continuar tomando os outros remédios e em uma boa proporção de casos, tomar remédios para sempre.
Essa é uma das opções.

Uma outra opção é manter em nós a responsabilidade que comunmente depositamos nos remédios e fazer também os ajustes que necessitamos para darmos a oportunidade de melhorar e de até sarar (lembremos que melhorar não é sarar).
Então temos que ir ao encontro do equilíbrio; temos que fazer por ter o equilíbrio orgânico e funcional que o nosso organismo necessita. Levamos anos para gerar uma doença. Anos sem priorizar a saúde, adquirindo e guardando toxinas, irritando os tecidos, nos alimentando mal e perdendo nutrientes, enfraquecendo as nossas defesas, estressando o nosso sistema nervoso, enevoando nossos equilíbrios homeostáticos, maltratando estômago, rins, fígado e pulmões... Mergulhados em ambientes cheios de tóxicos e desequilíbrios eletromagnéticos, etc.,...

Nesse patamar, esperar que um remédio nos devolva a saúde, quando comummente possui mais efeitos iatrogênicos que benéficos, pareceria ser mais uma demonstração de ingenuidade que de confiança.
E me permita o leitor achar palavras mais certas. Não estou dizendo que não vale a pena tratar medicamentosamente. O atendimento médico é fundamental. Quando possível o atendimento naturoterapêutico ou outros meios alternativos podem ser de fundamental importância. Mas, em todo caso não é só isso o que temos a fazer e fazendo só isso, faremos pouco. Muito pouco por nós mesmos.

Seja uma gripe de repetição, uma gastrite, um quadro reumático ou um tumor, necessitamos reavaliar atitudes, usos e costumes errados, alimentação, sedentarismo, estresse emocional, a nossa vida emocional e social... Todo deve ser avaliado para descobrir quantas coisas podemos modificar e melhorar para fazer a nossa vida mais sadia e feliz.

Como melhorar seu sistema digestivo se não se mexe com a alimentação, com a disbiose intestinal, com a falta de movimento ou de água, com um descanso ruim ou até com a apreensão ou insegurança em excesso que lhe desequilibra emocionalmente?

Como melhorar a circulação das pernas se não se ajuda com exercício, com a melhora da oxigenação, com uma alimentação livre de gorduras e reforçada em nutrientes, com a eliminação da tensão muscular noturna e com a fluidez que o aumento de líquidos outorga...?

Estes exemplos simples já ajudam a compreender que os remédios até ajudam pero farão só uma décima parte de tudo aquilo que poderíamos fazer para ter uma recuperação mais rápida e completa.

Na prática Si você está com Síndrome de Pânico e toma um ansiolítico, deixará de ter crises de pânico e se sentirá melhor e mais seguro. Pero para sarar do Pânico: O que é que se está fazendo? Só tomando ansiolíticos?! ... Nada. É necessário descobrir as causas dessa ansiedade que se desborda, dar condições emocionais para achar as forças, o alento para dispor da força de vontade na direção certa e fazer caminho em direção da verdadeira compreensão de elementos como dualidade, medos, apegos, etc.,... Aí sim o remédio ajuda. Ele lhe dará o tempo que necessita para descobrir essas coisas e botar a andar seu próprio e único caminho de cura.

Já falamos em outro “post” que o verdadeiro papel, o esforço verdadeiro que deve fazer quem faz um tratamento é o de se curar!
E aí, uma vez que se inicia um processo de real compromisso para com a sua saúde, o tratamento realmente começa. E quem está envelhecendo terá necessariamente que lembrar que há bastante trabalho pela frente.

O organismo que envelhece está mais lento. Todo o metabolismo estará mais lento e  o aproveitamento dos elementos que farão parte do tratamento medicamentoso, médico ou natural, será menor. E a isto se lhe agregam as tantas transformações que o corpo da pessoa maior estará sofrendo, diminuindo sua capacidade de reação e de recuperação.
-Existirá perda de 10 a 20% na força muscular, maior índice de fadiga muscular com a consequente deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do idoso, prejudicando a movimentação a respiração e os movimentos peristálticos.
-O coração não é o mesmo: Existirá uma diminuição do débito cardíaco, da frequência cardíaca, e aumento da pressão arterial, da concentração de ácido láctico, redução da oxigenação, com uma menor capacidade de adaptação e recuperação no exercício.
-A capacidade pulmonar diminui. E não é doença. Diminuição da frequência e do volume respiratório; aumento do volume residual de CO2, do espaço desvitalizado dos tecidos que já não faz parte funcional do pulmão; menor mobilidade da parede torácica pelo enfraquecimento muscular e o aumento de sedentarismo e declínio do número de alvéolos o que reduz ainda mais a capacidade respiratória e decorrente oxigenação.
-O cérebro e o sistema nervoso todo sofrem. Muito mais ainda quando não se têm o hábito de beber água, já que um 20% de desidratação corporal supõe uma diminuição da eficiência intelectual de qualquer indivíduo. Mas, ainda, diminuição no número e tamanho dos neurônios, na velocidade de condução nervosa, no fluxo sanguíneo cerebral, proporcionando maior tempo de reação e menor velocidade dos movimentos.

O mais importante em termos de tratamentos medicamentosos é a perca de eficiência digestiva e absortiva do sistema digestivo e as dificuldades que surgem nos sistemas vinculados com a desintoxicação, que em definitivas é o que mais necessita quem está envelhecendo e fica doente.

-Os Rins terão muita mais dificuldade para retirar a acides do organismo. Ao mesmo tempo, ficarão muito mais sensíveis à agressão tóxica de alimentos fundamentalmente dos próprios remédios. O mecanismo que faz o controle da hidratação fica menos efetivo e a desidratação acaba sendo uma constante nas pessoas maiores (Todo o metabolismo sofre com isso).
-O Sistema digestivo apresentará alterações estruturais, de motilidade (movimentos peristálticos) e da função secretória. Com menos enzimas e menos suco gástrico não se digere e se não se digere não se pegam nutrientes e então se enfraquece.
-A flacidez do esôfago aumenta e com ela ocorrem frequentemente episódios de refluxo.
A redução das secreções digestivas retarda o tempo que o alimento passa no Estômago: Assim aumenta o tempo de esvaziamento gástrico, alterando o tempo de absorção de medicamentos.
-Pâncreas e fígado reduzem seu tamanho e sua capacidade funcional sensivelmente prejudicando a secreção de enzimas e de bicarbonato e reduzindo a capacidade de digerir gorduras e alimentos complexos. Na realidade até os alimentos simples serão mais difíceis de digerir e muito mais dificuldade existirá para realizara absorção dos nutrientes e dos medicamentos..
-Outra questão importante é o que sucede nos Intestinos, seja o delgado ou no cólon: redução da superfície mucosa, das vilosidades intestinais. Alterações na motilidade, permitindo uma hiperproliferação de bactérias, uma das causa da perda de peso e da baixa imunidade em idosos. A absorção de alguns nutrientes pode estar reduzida (vitamina D, B), já de outros pode ser aumentada (glicose). Existe o aumento de incidências de neoplasias e o tempo do transito do bolo fecal aumenta, o que reduz a quantidade de água nas fezes, ressecando-as e diminuindo o movimento peristáltico que facilita a defecação, alem de provocar atritos e lesões na parede intestinal e no plexo hemorroidal.

Essas são algumas das dificuldades que quem envelhece sofrerá não só perante de um tratamento medicamentoso sino também no dia a dia. Por isso na perseverança e a continuidade são muito importantes para arribar a bom porto.    

Todas estas mudanças fisiológicas e anatômicas parecem ser muito drásticas e até “perversas”. Muito mais ainda quando são enumeradas todas juntas, no mesmo artigo. Mas não há neste comentário nem mistérios nem novidades. No tránsito do envelhecer, o organismo perde elasticidade, órgãos diminuem e ficam menos eficientes, se desidrata, perde resistência, ganha muitas dificuldades para se “refazer” e, aos poucos, gradativamente se desvitaliza e eventualmente morre.

Estar preparado para isso faz parte desse “envelhecer com saúde”, tema do qual estamos falando e que nos ajudará a vencer os (estes sim) velhos conceitos de que chegar a velhice é ficar doente e esquecido. De que velhice é doença.

Gostei de outra frase do Dr. Jair Riveiro e deixo para vocês:

Morra jovem... o mais tarde possível!!!!



Muita luz e boa vida! 

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