p. Daniel H. Della Valle Cauci
Resumidamente, esta pessoa tinha uma vida agitada, razão
pela qual, não tinha uma percepção do seu próprio pulsar, do seu tempo nem do
rumo que tudo ao seu redor tomava.
Vivia como se diz, ...em automático.
Mas um dia percebeu que algo estava errado no seu dia a dia;
que poderia fazer melhor... e começou a vislumbrar seu potencial e a encarar
suas possibilidades.
Dentre as muitas medidas e articulações que se propus,
estava fazer uma constelação.
Eu achei fantástico, pois o comum é tentar achar soluções
para o sistema, perante emaranhamentos e conflitos que, em geral, permanecem
ocultos aos olhos e sentires dos consulentes.
Mas, autoconhecimento, é também um bom tema de constelação!
É por isso que venho a compartir este caso com vocês!
Desde o ponto de vista do consulente, evoluir, crescer, pode
ser perfeitamente uma questão importante a ser resolvida, fundamentalmente se
se está perante um “despertar da consciência” às novas possibilidades, e mais
ainda, quando a proposta é deixar para atrás o velho, sistemas de crenças e
ideias limitantes.
Neste sentido, abrir uma constelação para ajudar no
autoconhecimento, já não se trata de olhar para uma dor profunda nem para o
maior problema que o indivíduo possa ter, retrasando, pesando na sua vida, e se
opondo a sua felicidade ou a seu êxito. Se trata de uma das melhores formas de
agir através da inteligência sistêmica, se aprimorando antes de gerar
conflitos, antes de gerar emaranhamentos, e mesmo descobrindo-os e prevendo-os.
Tudo isto desde a visão do consulente.
A atitude até pode parecer soberba, se se compreende como
“eu quero ser melhor do que sou”, sobretudo e pese a tudo, porém, deixa de ser
altaneira quando se vivencia fenomenologicamente. Quando o indivíduo está numa
atitude adulta e sincera.
Quando o tema de constelação se pode plantear como: “estou
pronto... E agora?”
Tal vez se trata de uma forma de prevenção sistêmica.
Agora, que pode ser diferente para o constelador nesta
proposta de constelar o autoconhecimento?
Nada!
Como em toda constelação, o tema planteado deriva em outros,
que não são outra coisa mais que os inter-relacionamentos em desordem e em
desequilíbrio que esperam por soluções sistêmicas. Assim como quando se
constelam problemas de relacionamentos, depressões ou qualquer outro tema que
nos tire do nosso lugar de pertencimento, o mesmo nas constelações
empresariais, que nos levam a olhar para as transgressões em relação a Mãe ou
ao Pai, ou a outras identificações... solo por dar um exemplo.
Olhar para o autoconhecimento, é o que faz qualquer
constelação.
É através do autoconhecimento que podemos chegar a soluções.
É nos desvestindo da ilusão de acreditarmos o que não somos,
e do apego à fantasia do que gostaríamos de ser, que podemos enxergar o que
está por trás das utopias infantis, as que agem como pesados lastres, no
intento de avançar responsável e criativamente nas ondas da vida.
Assim, achei gratificante essa proposta de constelar se
propondo olhar para o autoconhecimento.
Para o constelador nada muda, sendo que a atitude de partida
sempre é a mesma... o vazio, o respeito e a postura fenomenológica. É quase uma
constelação de alguém que protela, ... é deixar o campo falar. É inclusive
conversar com esse campo... para saber dos limites e do possível, pois não é,
ou não deveria ser o campo energético ou espiritual quem dita o que se deve ou
não se deve fazer.
No entanto, olhar para si mesmo, percebendo o que permanece
por trás dos véus do sobre-entendido, de tudo aquilo que passou batido para
nossa percepção, das tarefas sistêmicas que o nosso grupo familiar, assim como
outros grupos de pertencimento nos atribuíram, não é curiosidade. É autoconhecimento.
Os limites de uma constelação permanecem a salvo trabalhando
com responsabilidade e, o respeito às leis sistêmicas sempre é uma prioridade
inobjetável.
Achei interessante comentar esta experiencia.
Muita luz a todos,
um forte abraço
até
Comentários
Postar um comentário