POR QUE O ESTRESSE NOS ADOECE?

 p. Daniel Héctor Della Valle Cauci

Não é novidade, que a gente adoece por estresse. A gente adoece simplesmente por atravessar momentos de grande estresse físico e/ou emocional, e de fato, o estresse, resulta ser um dos motivos mais comuns para adoecermos. 

Apesar disso, o comum é não estarmos preparados para enfrentar este problema pandémico, até porque usualmente, nem sabemos como é que o estresse nos adoece.

A explicação do complexo processo de adoecermos por estresse é bem extensa e não tenho toda a capacidade que gostaria para explorar o tema de forma científica. Mas, como Naturoterapeuta, Iridólogo e Constelador, posso esboçar explicações que para mim, são satisfatórias e suficientes.

Para muitos, estar chateado, depressivo, irritado, preocupado etc, pode parecer um estado de ânimo que se admite como passageiro e até como “normal”. Ao fim das contas, todos passamos por momentos em que sentimos algumas destas emoções e ninguém morre disso... Não é verdade?

Outras vezes reagimos com veemência, iradamente, impulsivamente ou fazendo um enorme esforço para conter comportamentos que chegam desde o mais profundo de nós, simplesmente porque é da nossa natureza; porque de alguma forma, foi o que aprendemos da família ou, por exemplo, assim era que o fazia nosso pai... 

Reagimos assim, mas logo passa...

Sim... pero não!

Nosso organismo é complexo de mais e a nossa psique, e o leque de possíveis reações emocionais, mais complexo ainda! E a toda ação segue uma reação.

Por sermos uma pessoa única e complexa, o nosso organismo reage integradamente, como um todo... tanto às nossas reações internas como aos estímulos externos.

Em geral, pequenas emoções não afetam. Mas, estímulos e experiencias não agem em nós e depois desaparecem. Tanto o corpo físico como a nossa psique, possuem memória. Somos seres com história, e como já dizemos outras vezes, somos uma construção, que se inicia muito tempo atrás, nos nossos ancestres. Agora, quando finalmente a vida chega a nós, começamos a interferir nela, primeiro sem nenhuma consciência e depois, um pouco mais conscientemente, só que... tardiamente. 

Recebemos uma herança genética e epigenética que vem da família; todo passa pela experiencia de vida dos nossos pais e de todos nossos avos, do tempo de gestação da mãe, dos afagos, da comunicação e da elaboração de vínculos satisfatórios. Porém, nem pensamos em toda essa história, em toda essa herança quando reagimos emocionalmente com sentimentos e trejeitos que nem sabemos de onde vem! 

A gente, simplesmente “vai”...

Neste artigo vamos a nos referir a algo que pode ser facilmente compreendido, deixando de lado inclusive todo o processo sistêmico. Ou seja, vamos a observar somente a ponta do iceberg. Que já é suficiente para compreender porque é que adoecemos pelo estresse. A ideia em este primeiro momento é no complicar as coisas.

Para isto, temos que observar que em normalidade, nosso organismo trabalha em direção aos nossos impulsos e necessidades. Parte da nossa atividade corporal, está dirigida pela nossa mente consciente. Isto é, quando vamos a trabalhar, quando dirigimos o carro, quando falamos ou nos propomos qualquer atividade. Mas, por outro lado, nosso organismo está sempre dedicado a nos manter vivos. Isto, sem que a gente preste atenção, pois respirar, digerir, a atividade circulatória, a cicatrização, a secreção de enzimas e a produção de hormônios etc., acontece sem a nossa decisão nem a nossa participação consciente. 

No centro da questão do adoecimento por estresse, está o nosso Sistema Nervoso, que é o responsável de toda esta coordenação, e claro, também participam a estruturação da nossa psique, a funcionalidade orgânica, e as nossas reservas físicas minerais e vitamínicas.

Em normalidade, tudo funcionará de forma certa, e haverá tempo e condições de desenvolver tanto a nossa atividade consciente, como a manutenção do nosso organismo, que é inconsciente. Com tempos de gastos e tempos de incorporação de nutrientes, sejam estes físicos ou emocionais; com tempos de desgastes e tempos de reparação e recuperação através do descanso e de toda uma enorme atividade somática que acontece durante o sono apropriado e relaxado.

Porém, a normalidade funcional supõe que estamos em calma e em equilíbrio. E nem tudo na nossa vida e calmaria.

Assim que surgem os momentos de grande esforço físico, sobretudo tratando-se de esforços prolongados e intensos, ou alterações emocionais e comportamentais, ou seja, assim que surge o “estresse”, o nosso organismo reage e necessitará se adequar à nova situação para poder ser efetivo nas suas funções. E veja que o estresse pode ser pela hora do almoço, pelo trânsito, por pagar uma conta, porque as pessoas não são como a gente espera que sejam ou por coisas ainda mais complexas ou complicadas. Mas pode também ter uma origem difusa, como na inseguridade, no medo, na angústia, na frustração assim como em tantas outras emoções. 

Você sabe que até por amor a gente se estressa! (E... que classe de amor é esse que gera estresse e emoções de desamor?) 

De todas as formas, não podemos considerar ao estresse como sendo uma doença. Ele só começa a ser um problema, quando ganha protagonismo demais na nossa vida e toma conta de nossos dias. 

O estresse é uma reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça, e consiste numa atitude biológica necessária para a adaptação às situações que o nosso cérebro entende como de risco, já que o nosso organismo não possui condições para manter suas funções normais, e, ao mesmo tempo, se defender e reagir a aquilo que possa ameaçar a nossa integridade.

O cérebro sempre entenderá qualquer sinal de estresse como uma situação de perigo, e, sua função, é a de nos manter vivos apesar de todo. Sua função é nos manter fora de perigo e vivos.

Como não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo, o sistema nervoso se adapta às circunstancias geradas pelo estresse modificando seu funcionamento. Com os recursos que possui, o sistema nervoso passa a trabalhar em estresse, em um modo que a medicina chama de “defesa o ataque”. 

O estresse neste caso, é a sensação que surge da combinação de nossa personalidade, a secreção de certos neurotransmissores e de certas modificações hormonais, que o nosso corpo produz a partir das adaptações do sistema nervoso vegetativo, e como resposta a um estado de alerta ou alarme, que mexe com o nosso sossego.

Assim, nosso corpo direciona todos os recursos físicos que têm à disposição nesse momento, para resolver o estresse, ampliando a nossa capacidade respiratória, a produção de energia para uma maior resposta muscular, a exacerbação dos sentidos, e muitas outras modificações funcionais, porém, e aí está o problema... EM DETRIMENTO DAS FUNÇÕES NORMAIS, que deveriam continuar para mantermos em saúde. Em tanto dura todo este processo, digestão, desintoxicação, excreção, função renal, imunidade, defesas anti inflamatórias e muitas outras funções, mais que essenciais para não adoecermos, deixam de exercer-se. As funções de manutenção normal param totalmente ou diminuem sua efetividade.

Agora, pense um pouco e olhe para você mesmo, para seu estresse, ou para o estresse de alguma outra pessoa que você conhece...

Se vivenciamos uma breve situação de estresse, ele chega, nos toma, se espalha, e daqui a pouco passa, em tanto que a vida a seguir continua normalmente; o nosso organismo recupera seu equilíbrio em poucos minutos. Praticamente não nos afeta, porque o nosso organismo possui recursos para isso e sabe o que fazer. A Adrenalina é absorvida e todo volta ao normal. 

Mas, o que acontece quando pequenos momentos de estresse se repetem várias vezes durante o dia... Ou, que acontece quando esse estresse é contínuo, como sucede numa pessoa PERFECCIONISTA, que necessita TER O CONTROLE, que possui um trabalho de risgo ou de muita exigência... ou quando o estresse surge numa pessoa, simplesmente muito AUTO EXIGENTE?

Que sucede então quando o estresse é intenso...?

Bem... a complexidade do nosso organismo e a sua sabedoria, prevendo a necessidade de uma dedicação ainda maior na sua função estratégica de manter a vida perante repetidos ou intensos sinais de alerta ou de alarme, se vale de outros recursos biológicos que prolongam efetivamente a estimulação funcional, para podermos defender dos perigos por trás do estresse por um período de tempo maior.

Sob esta estimulação extrema, nosso organismo resiste mais, e também se desgasta muito mais, pois ele se exprime até a lesão para se defender do que aparentemente poderá vir. Apesar de saber o que deve fazer, o desgaste supera as possibilidades de se reequilibrar, e assim abrimos as portas dos estados patológicos. Ou seja, Adoecemos.

O processo todo de adoecer a partir do surgimento do estresse, se pode apreciar de forma claríssima no gráfico do Dr Hammer, autor da Nova Medicina Germânica.

Entrando numa situação de estresse intenso e prolongado, se produz um desgaste e um desequilíbrio tal, que só cuidados e recuperação também prolongados poderão vir a resolver sempre que existam determinadas circunstancias.

E no meio desse processo, várias e diferentes situações patológicas poderão se instalar no indivíduo complicando ainda mais a saúde física e emocional.

Você não precisa de um vírus ou de uma bactéria para doecer, de uma infeção o de uma doença com nome e sobrenome. Na realidade nem precisa de uma alimentação ruim... só necessita de estresse, de preocupação ou de uma auto exigência em excesso. Depois o estado de desequilíbrio ou doença tomará conta.

As situações sistêmicas levam à doença por estes motivos e de alguma forma determinam o tipo de disfuncionalidade ou doença. 

A saída das situações de estresse supõe sempre uma oportunidade para que seu organismo possa saír do modo “urgência” de funcionamento orgânico, funcional e emocional, dando lugar para a retomada das funções metabólicas normais e para o requilíbrio das reações emocionais e comportamentais que levaram ao conflito original.

Qual é a sua experiência com o estresse?

Um grande abraço a todos

Muita luz

Até! 

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