OS FILHOS ADULTOS NA VANGUARDA DAS SOLUÇÕES SISTÉMICAS FAMILIARES OU NA NEGAÇÃO, CRÍTICA E JULGAMENTO DOS SEUS PAIS.

 p. Daniel Héctor Della Vlle Cauci

Está claro que não só os filhos negam, criticam ou julgam aos pais. Também os pais fazem estas coisas com os filhos; esposos e esposas com seus respectivos pares, irmão com irmão, etc. Mas, nós estamos olhando para a negação dos filhos e explicaremos porquê.

 A explicação e longa, porém é um bom exercício de reflexão.

Problemas familiares sempre existiram, existem e existirão, e para muitos, são fatos fortuitos, desentendimentos sem fundamento, teimosias e ignorâncias, etc., difíceis de classificar e de compreender de maneira lógica. Mas existem sim formas de compreender estes episódios desinteligentes através do olhar terapêutico da psicologia e través de muitos métodos e teorias.

Por se tratar de assuntos que se referem aos relacionamentos dentre indivíduos únicos, dentre pessoas irrepetíveis até pelo seu histórico, não é possível realizar uma classificação fechada, porém, mesmo assim, podemos aprender sobre estes entraves e suas consequências.

A questão é que o problema da comunicação e das dinâmicas disfuncionais dos relacionamentos, não se inicia no conflito em si. Os conflitos ou emaranhamentos podem até parecer lineares mas não o são. Estão sujeitos à causalidade circular. É dizer, se olharmos somente para pais e filhos e seus conflitos específicos, possivelmente não teremos a percepção dos reais origens de tais desentendimentos.

Ao mesmo tempo, nossa mente nos planteia a necessidade de definir quem está certo e quem está errado, como se achar esta resposta seja uma solução real aos problemas familiares e como se isso fosse fácil e objetivo a partir das diferentes perspectivas.

Estar certo ou errado depende de determinadas cartilhas ás que aderimos durante o desenvolvimento da nossa personalidade, dependendo dos parâmetros da família, da cultura, da religião, etc., e da influência da sociedade na qual vivemos.  Por tanto não é possível esquematizar nem simplificar.

Mas, então.. Como é que podemos olhar para estas relações familiares?

Existe um amplo leque de opções dentre abordagens teórico-conceituais e aqueles mais pragmáticos, que respectivamente, se empenham na procura de variáveis e de formas de reunir informações suficientes como para achar soluções abrangentes para o grupo familiar como um todo, ou procuram a solução de conflitos mais específicos, mudando comportamentos e pensamentos disfuncionais aqui e agora.

De todas as formas, as abordagens teórico-conceituais também podem ser consideradas científicas e pragmáticas em muitas das suas instâncias, por aqueles que se aprofundem no conhecimento destas teorias assim como nas suas aplicações práticas.

Mas, então... porquê olhar especificamente para a negação dos filhos?

Bem. A nossa abordagem dos relacionamentos familiares é sistêmica e holística, e, ao olhar para os inter-relacionamentos familiares, podemos imaginar uma “trama” estabelecida pelas relações afetivas conscientes e inconscientes, pelas estruturas e padrões comportamentais, por sistemas de crenças e lealdades dos seus integrantes; uma trama que da coesão e identidade ao grupo familiar.

Esta trama inter-relaciona a todos os integrantes, sem exceção, num todo que se encaixa num padrão morfogenético específico que se auto gera dinamicamente, o que permite a existência de modificações e adaptações ao meio na medida em que o tempo passa.

Na nossa reflexão, nos referimos à negação, às críticas e julgamentos dos filhos, porque está nos filhos a possibilidade ou não das soluções sistêmicas dentro da família. E isto não necessita soar tão estranho...

Como assim?

Poderíamos sem problemas olhar para a negação, críticas e julgamentos dentro da família, o que nos levaria à procura de muita informação sobre as incontáveis variáveis relacionais que fizeram que a realidade seja a que é, e não outra. Poderíamos procurar explicações para tudo o que sucede. Sobre a explicação de porque as coisas são como são, como consequência de, historicamente, ter sido como foram, ou, porque não, até compreender os conflitos atuais como separados da influência histórica familiar, simplesmente porque a realidade de hoje é diferente. Só que não podemos perder de vista que esta realidade de hoje, não é desconexa e sim parte da continuidade da vida.

Veja. A história se pode representar como uma linha contínua, com eventos, fatos e processos que vão ficando desenhados, pautados, gerando uma continuidade que em todo momento nos mostra um antes e um depois. Ser concebido, nascer, crescer, envelhecer e morrer é um ciclo claro e definido para o homem. Uma semente enraíza, se desenvolve, e mais tarde se transforma em uma planta, e este é outro claro ciclo de vida que observamos com absoluta clareza.

A transmissão e transformação de informações, de crenças, da cultura, da religiosidade, da forma em que socializamos assim como outras das tantas formas através das quais nós definimos como seres humanos, já não é tão clara. Já não se trata simplesmente de ciclos naturais e sim do resultado da comunicação dentre as pessoas, dentre os atores de uma sociedade, que possui na sua evolução, pontos intuídos, compreendidos e explicáveis, assim como saltos, aceleramentos e momentos de inercia, próprios da multifacética influência do meio e da criatividade humana, na tentativa de se adaptar e de continuar a vida.

Por tanto, em relação à humanidade, temos uma continuidade histórica, e temos, explicando sua evolução, as circunstâncias e contextos, as ideias, os pensamentos e emoções e todas as circunstâncias determinantes para que a realidade tenha sido como foi, no momento em que se queira observar.

Mas, existe uma direção. A chamada onda da vida vem do passado e vai em direção ao futuro. E se tentássemos desenhar uma gráfica da vida do pai e do filho, estes se encontrariam compartindo um determinado momento histórico. Por mais que o filho tenha ouvido histórias do seu pai ou da sua mãe, desconhece más de um 99% (ou mais) dos acontecimentos, das lealdades, dos sacrifícios, dos detalhes específicos, dos sentimentos e emoções que de cada experiencia marcaram sua “pele” como uma couraça ou como uma ferida. Em geral desconhece os elementos que estruturaram sua personalidade e que dão fundamento a suas convicções. E é mesmo assim. Os filhos não necessitam saber muitas coisas dos pais, mas sim compreender e respeitar, que essa história existe, e que reduz sua capacidade de crítica; sendo as diferenças motivo de diálogo, ou minimamente de reflexão e não de julgamento. Isto é muito difícil para os filhos.

Os pais, quando se transformam em pais, já possuem uma personalidade e uma hierarquização moral e ética com a potencialidade de mudar em qualquer momento. E é essa personalidade e sua consciência pessoal, a que lhe conduz na hora de observar suas possibilidades, na hora de tomar decisões e de fazer escolhas (e não podemos deixar de mencionar, que al fazer escolhas, também confirma renúncias).

As vezes conseguem perceber suas deficiências e as corrigem, em tanto que outras vezes não. Pensar que em qualquer momento o pai ou a mãe teriam a possibilidade de perceber suas falhas e carências e corrigi-las, por mais obvias que hoje elas pareçam para nós, faria parte de um pensamento infantil por parte dos filhos, que é justamente quando as angústias e mágoas se geram. Já no adulto, nos filhos adultos, esse pensamento pragmático e radical nem é viável, nem se encaixa na realidade.

A gente percebe que uma vez tomadas as decisões e assumidas as escolhas e renúncias, ou seja, uma vez que se toma uma atitude, se pauta a realidade e se introduz modificações na continuidade histórica. Uma vez que isto acontece, pelas características do tempo e do espaço, não há como desfazer. Isto pode ser compreendido como fatalidade, mas, tendo em conta a dinâmica e constante movimento da realidade, os erros, geralmente fazem parte dos acertos, e, apesar de que na natureza a entropia tende a aumentar, a melhor compreensão dos processos inter-relacionais, pode perfeitamente ser um caminho de harmonização.

Agora, existem dois pontos importantes nesta reflexão que são difíceis de compreender e de aceitar.

Primeiramente, aquilo que deu começo aos reclamos, à negação e as críticas dentro da relação familiar e mais especificamente dos filhos em relação aos pais... Pode ser enquadrado como consequências daqueles eventos inevitáveis?. Sim!... Sem dúvidas! Mais eles já aconteceram.

Dizer que não deveriam ter acontecido, não os diminuem nem os apaga da história familiar. Não deveriam ter acontecido, mas, aconteceram. Se não, possivelmente tudo estaria em paz e sem negação.

Segundo e ainda mais difícil de compreender: Podemos dizer que os pais, na maioria dos casos, fizeram o que lhes foi possível. Fizeram o melhor que poderiam fazer. E, inclusive, de ter feito mal feito de “ex professo”, sabendo que se fazia errado, isto seria consequência da sua história e das suas experiencia anteriores, e a necessidade de se responsabilizar por tais feitos, com assentimento e arrependimento, seria a mesma, tendo em conta que de uma ou de outra forma existem causas, motivos, como uma história afetiva ou psicológica pregressa, que estaria por traz das percepções, decisões, ações, e escolhas feitas pelos indivíduos que geraram dor e sofrimento. Neste caso, os pais. O pai ou a mãe.

 E Eu diria mais... cometendo erros na hora de fazer o melhor possível ou fazendo errado de “ex profeso”, a única participação possível destes pais no processo de solução inclusiva para o sistema, seria a percepção do seu erro, seu assentimento e seu arrependimento verdadeiro.

O fato em questão é que na hora de agir na família, os pais pensam estar fazendo o correto, dentro do que lhes é possível (inclusive no “ex professo”). Em ocasiões, os pais não percebem os erros cometidos, justamente pelas suas convicções, e, em outros momentos os percebem e até os corrigem, mas, nem sempre a tempo para evitar causar mágoas e angústias na sua família, e, em este caso, especialmente nos filhos.

Lembram que falávamos da continuidade e da direção da onda da vida?

A mágoa, o conflito se gerou e já é um fato na história dessa família e especialmente na relação dentre pais e filhos.

E agora? Como se resolve?

Segundo como seja a abordagem desta problemática, obteremos resultados diferentes. 

A intenção da visão sistêmica dos relacionamentos, como ciência que os estuda, não é explicá-los, e quem necessita de explicações ou as acha necessárias, pode se frustrar bastante e entender como um desvio desnecessário na procura de soluções para os impasses e conflitos, o fato de prestar tanta atenção a determinados detalhes que fazem parte e são o cerne da visão sistêmica, a partir da teoria geral dos sistemas.

O que acontece é que a abordagem sistêmica, neste caso, visa a solução da circunstancia ou conflito, para o sistema e não para os indivíduos especificamente involucrados. As soluções sistêmicas são sempre inclusivas ou não são[i].

Vejamos um exemplo simples

Numa mediação familiar pela guarda de um filho, se pretende observar objetivamente o que será melhor para as partes, mas, principalmente as condições, motivos e razões, os problemas ou potencialidade dos pais, para tomar as decisões do caso. Cada um dos pais, deverá compreender e aceitar de uma vez e em um curto período de tempo, suas potencialidades e suas carências, o que em geral não são características que se aceitam com facilidade. Isto, sem ter em conta a “força” ou “poder” social ou econômico que pai ou a mãe possam ter, nem as artimanhas e atalhos legais que possam estar sendo usados. Sem ter em conta o que não é comprovável, os sentimentos, os segredos, o peso das tarefas familiares assumidas ou rejeitadas, as lealdades e os sacrifícios que sistemicamente o pai ou a mãe carreguem na sua consciência pessoal ou familiar. Na mediação, o que se procura, é resolver esse impasse objetivamente, aqui e agora. O que não há dúvidas, é que de essa forma, ficarão mágoas, ressentimentos e/ou sentimentos de triunfo alheios aos interesses e sentimentos do filho e do resto da família, deixando marcas que poderão ser observadas como dificuldades práticas e emocionais futuras, nas inter-relações familiares e especialmente na vida desse filho. No entanto o impasse em questão tenha sido resolvido.

Isto. Que aparentemente resolve o impasse dessa família, não resolve integralmente o problema no sistema familiar, se não que, na realidade cria outros, como uma cascata de eventos que irão surgindo na vida dessa família. Assim age a lei de causa e efeito e mais exatamente a causalidade circular.

Na visão sistêmica e holística a solução deve ser para todos.

Pai, mãe, filho, e a família involucrada dos dois lados, deverão achar o ponto de equilíbrio, sem exclusões. E isto não está livre de dificuldades, pois a solução que é para todos não necessariamente será emocionalmente satisfatória para todos.  A verdadeira percepção e o assentimento das circunstancias e contextos, neste caso, se realiza através da compreensão e ressignificação dos fatos e dos conflitos, procurando, quando possível, que cada quem volte a seu lugar na rede, transformando reclamações e controversas em eventos compreendidos e assentidos gerados por causas anteriores, de alguma forma inevitáveis por já ter acontecido, que permita ter condições de partir de um novo estado de maior equilíbrio, onde cada quem contribui não só para a resolução do impasse, se não para a pacificação e a continuidade harmônica dos relacionamentos criados a partir da gestação daquele filho, que, aliás, como deve ser, será o maior beneficiário.

Mas, porque se preocupar em assentimento e arrependimento de aquele que fez errado e causou sofrimento?

 Porque não simplesmente arrancá-lo do nosso convívio, castigá-lo, rejeitá-lo... excluí-lo da família...  

Se fizéssemos isso, não estaríamos gerando soluções para todos, e deixaríamos de ser inclusivos, para ser excluidores. Não teríamos condições de achar as soluções para todos dentro do sistema, propiciando uma reconstrução da família, após de um período doloroso. Seria uma pseudo solução para aquele que se sentiu magoado, e, ainda que isso possa parecer suficiente e satisfatório, seria uma miragem pensar que seja uma solução verdadeira, capaz de cortar toda e qualquer consequência negativa no futuro.

Também não estaríamos nos permitindo olhar para a nossa saúde, nem para a nossa felicidade nem para o sucesso na vida, nos mantendo na repetição de padrões.  

A exclusão só se mantém na família si se alimenta a dor, a mágoa, o ódio. Haverá consequências para aquele que exclui, em termos da sua própria felicidade e da sua própria harmonia, e isso não é só uma afirmação dogmática, e sim um efeito que se confirma na prática da abordagem sistêmica. Assim, o filho condena, julga e nega aos pais (ou a um deles), e mantém sua dor dentro de si. Sem dar a oportunidade de que aquele que cometeu o erro, si é que o cometeu, se redima e procure reparar seu erro, e, ao mesmo tempo, sem se dar a oportunidade de descarregar o peso da mágoa e da angústia que lhe enfraquece, e que poderá (é) ser transmitida para as novas gerações.

A exclusão gera uma greta no corpo do sistema familiar que não é suportada indiferentemente pelos integrantes do grupo e que de alguma forma, e, em algum momento deverá ser sarada.

Ainda, pode ocorrer que nos pais não exista arrependimento..., que não exista a percepção do erro.

E Isto significará que não haverá soluções?

Nada disso, haverá soluções sim..., na possibilidade do assentimento A TUDO O QUE FOI E A TUDO O QUE É, e na ressignificação dos acontecimentos por parte dos filhos.

Apesar de que agora está tudo um pouco mais claro, pode ser que ainda não se veja o porquê de falarmos da negação, críticas e julgamentos dos filhos e não das dos pais... vamos dar uma ajudinha...

Os pais dão a vida. Os filhos a continuam. A fortalecem, a diminuem ou a desperdiçam, podendo inclusive repetir os padrões dos seus pais, cometendo os mesmos erros. Ou... podem apreender, evoluir e fazer melhor ou diferente.

Uma vez que há mágoas, já os eventos inevitáveis aconteceram e caberá aos pais, a aquele que gerou a mágoa, ter a inteireza e a claridade como para assumir a responsabilidade e obter a compreensão amorosa da família... ou não.

No entanto serão os filhos que, através da tomada de consciência, do assentimento e da ressignificação, poderão gerar as transformações dentro de si mesmos, para permitir as soluções para todos, dentro do sistema.

Quando os filhos negam os pais, surge verdadeiramente um sinal de alerta. É sem dúvidas um obstáculo as vezes infranqueável para atingir novamente o equilíbrio. Um equilíbrio que até pode ser difícil, trabalhoso, mas capas de devolver a leveza e permitir a cura e continuidade do sistema familiar.

Não se trata de sobrecarregar de responsabilidades aos filhos, que justamente sentiram a dor de um relacionamento que em determinado momento experimentaram como injusto, com razão ou sem ela. Não se trata de obrigá-los a sentir amor nem a dizer amém resignadamente a toda a parte sofrida da sua história. Se trata de uma atitude ativa, da decisão assumida de um (filho) adulto, de olhar para seu passado, de olhar para si mesmo e para sua ancestralidade, e compreender que faz parte dessa família, que esses foram seus pais, os que passaram a vida adiante para que ele possa usufruí-la da melhor forma possível e que está somente nele, a escolha da vida que quer para si e para sua descendência. Sempre lembrando que com amor, sempre é melhor, mas, em última instancia só a inclusão respeitosa, o assentimento verdadeiro e a ausência de reclamos são suficientes, numa solução sistêmica.

É por isso que na abordagem sistêmica se fala muito da atitude dos filhos, que os filhos são pequenos e os pais grandes, e da necessidade de assentirmos tudo o que foi e tudo o que é. Estas afirmações, que não surgem de uma mente febril e sim da compreensão sistêmica dos relacionamentos, muitas vezes são ouvidas com desdém, pois parecem sair de uma nebulosa dogmática e conservadora. Mas, não há nada mais pragmático e lineal e ao mesmo tempo profundo que estas afirmações.

Em determinado momento da relação pais-filhos, quando os filhos são adultos, ainda que os pais tenham consciência e se proponham corrigir erros, atitudes disfuncionais e esquecimentos, estará na capacidade adulta dos filhos, a possibilidade de soluções sistêmicas, seja porque estes possam ou não perceber, ressignificar e transformar dentro de si, aquela parte da história que gerou mágoas e incompreensões.

Nem o arrependimento, a dor e o sofrimento, nem o fato de assumir responsabilidades unilateralmente por parte dos pais alcança. Nem tem sentido a vingança, a revanche nem a indiferença excludente. O silencio respeitoso dos pais ante a dor não superada dos filhos e uma atitude de assentimento das suas responsabilidades, é o máximo que os pais podem fazer por esses filhos. Para que a vida continue sem mais consequências, o assentimento e a renúncia dos filhos na sua versão adulta, é indispensável.


[i] Há que observar que ainda na tentativa de achar soluções sistêmicas para as diversas situações familiares, muitas vezes, as soluções não são possíveis, pelo tamanho da mágoa ou pela incapacidade dos involucrados. Este é o “ponto” central e motivo da nossa reflexão.


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