p.Daniel Héctor Della Valle Cauci
De vez em quando aparecem ou reaparecem nos meios sociais,
pessoas inescrupulosas, de todos os origens e profissões, que se deleitam
espalhando informações falsas transvestidas de meias verdades. O comum é que
tomem uma parte do tema em questão e o tirem do contexto. E na nossa área, que
é só uma das formas de compreender a saúde, não é diferente. Tanto por parte de
quem se coloca como porta-voz da ciência, como por parte de quem se diz
representante de pontos de vistas alternativos.
Assim surgem meias “verdades” como o fato de que o
tratamento natural é muito melhor, de que tomar muita água faz mal, que o
chocolate ou o café é benéfico para saúde, ou que a hortelã seja cancerígena...
etc.
Enfim. Esse, é um bom serviço a favor da desinformação, que
nos meios sociais, e na vida em geral, é uma forma mesquinha de ganhar
notoriedade.
A nossa recomendação é que, quem procura informação, se
informe de várias fontes e que mantenha sua cabeça aberta. Não podemos esquecer
que uma mentira que se repete muito, pode começar a parecer uma verdade!
Nos primórdios da humanidade a utilização de remédios não começa nas preparações laboratoriais. Começa do contato empírico com a natureza. Claro que muito mudou com o avanço do conhecimento, e hoje contamos com a possibilidade de enriquecermos nessa sabedoria. Pero existem os deslumbrados de sempre, que cheios de soberba ignorante, pisam o conhecimento popular, o conhecimento étnico em nome de uma ciência que é só deles e que por definição, deixa de ser ciência.
Mas, quem trabalha com as terapias integrativas, sabe,
conhece e já está meio escaldado desses comentários... e segue em frente.
Tudo isto, porque um consulente me passou com preocupação um
vídeo absurdo de um aparente médico, al qual não daremos tribuna, falando sobre
a toxicidade e a periculosidade de plantas medicinas extremadamente
reconhecidas pela população e pela ciência séria, plantas medicinais que tanto
tem ajudado à saúde Brasil adentro e mundo afora.
Falemos um pouco sobre isto:
As preparações fitoterapêuticas são substâncias à base de
plantas medicinais ou derivados vegetais que são utilizados com finalidade
terapêutica, ou seja, para prevenir, aliviar ou tratar doenças, sintomas ou
distúrbios de saúde.
Estes são elaborados a partir de matérias-primas de origem
vegetal, em geral não industrializados, como folhas, flores, raízes, cascas,
sementes, entre outras, e podem ser utilizados de diversas formas e em
diferentes preparações, como chás, extratos, cápsulas, pomadas, compressas,
tinturas etc.
Estes “remédios naturais” têm sido utilizados ao longo da
história da humanidade em todas as culturas ao redor do mundo. Eles são uma
forma de medicina tradicional que se baseia no conhecimento empírico acumulado
ao longo dos séculos sobre as propriedades medicinais das plantas, e em muitas
culturas, afastadas dos grandes centros e longe de hospitais ou de qualquer
tipo de assistência, são a única fonte de tratamentos e cuidados para aqueles
que os necessitam.
E mais. A dificuldade de acesso e o encarecimento dos
serviços médicos, a iatrogenia da medicamentação e o anseio por uma vida
natural e saudável, contribuem em um grande aumento pela procura deste tipo de
tratamentos, baseados em procedimentos e produtos preferentemente naturais, e
que muitas vezes se acham no quintal.
É crucial destacar que, embora sejam derivados de plantas, os
produtos naturais não estão isentos de riscos. Assim como outros fármacos, eles
podem induzir efeitos adversos, interações medicamentosas e reações alérgicas
em determinados indivíduos. Por conseguinte, é imprescindível que o uso desses
medicamentos seja supervisionado, mas, sem extrair desta possibilidade
terapêutica, suas grades qualidades, como são além da sua eficiência, sua
sustentabilidade, sua economia, sua acessibilidade, o fato de ser ecológica e
por definição, serem verdadeiramente democráticas.
Além disso, existem regulamentações específicas para a
produção, comercialização e uso de medicamentos fitoterápicos, visando garantir
a qualidade, segurança e eficácia desses produtos. De jeito nenhum se trata de
um terreno de ninguém.
Fazer uso dos meios alternativos de saúde, como a
fitoterapia, pode oferecer uma série de vantagens individuais, sociais,
econômicas e culturais.
Aqui estão só algumas delas:
A)
A fitoterapia se trabalha em geral, através de uma
abordagem holística, considerando não apenas os sintomas físicos, mas também a
saúde mental, emocional e espiritual do indivíduo.
B)
Geralmente têm menos efeitos colaterais, sendo
uma opção válida para pessoas que são sensíveis a certos medicamentos ou que
desejam evitar efeitos colaterais indesejados.
C)
As plantas medicinais são facilmente acessíveis
e podem ser cultivadas em jardins domésticos, achadas na mata ou adquiridas a
um custo mais baixo que os remédios sintéticos.
D)
A fitoterapia pode contribuir na capacitação das
pessoas a cuidarem da própria saúde e bem-estar, permitindo-lhes assumir um
papel ativo no seu tratamento e autocuidado, inclusive no preventivo.
E)
O conhecimento das tradições culturais no uso de
plantas medicinais para tratar uma variedade de condições de saúde deve ser
preservado. A aposta ao uso da
fitoterapia ajuda a preservar e promover essa herança cultural.
F)
O reconhecimento e a integração efetiva
da fitoterapia no sistema de saúde podem promover a inclusão de diferentes
perspectivas e abordagens no campo da medicina, enriquecendo assim a
diversidade do sistema de saúde.
G)
Como
dizemos, o uso da fitoterapia pode ser muito mais econômico, sustentável e
ecológico do que o uso indiscriminado de medicamentos sintéticos,
o que pode ajudar a reduzir os custos pessoais e de saúde pública, e contribuir
direta e indiretamente no ambiental e na administração dos recursos comuns.
H) O cultivo e a produção de plantas medicinais podem estimular o desenvolvimento local, criando oportunidades econômicas para agricultores e produtores locais
Veja bem... Trabalhar na saúde com a fitoterapia, com
suplementos naturais e nas suas mais diversas apresentações e um enriquecimento
da experiencia humana e não um erro. O
erro é tentar negar seu espaço entre nós de forma irresponsável, em vez de
preparar e educar aos meios que a sociedade já possui, para supervisionar o
correto uso dos conhecimentos na área da saúde e dos tratamentos na saúde, EM
TODAS AS ÁREAS, inclusive a médica.
Um abraço a todos
Muita luz
Até.
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