p. Daniel H Della Valle Cauci
As íris se consideram desde sempre as janelas da alma.
Na realidade fui atrás de saber quem falou esta frase por
primeira vez, mas, parece que há uma mistura de referências que mais fazem
pensar em um autor desconhecido. Achei, por exemplo, que Leonado da Vinci falou
que “os olhos são o janela da alma e o espelho do mundo”. Também achei esta
frase como sendo um antigo proverbio que reza que “os olhos são espelhos da
alma”, e até referencias um tanto erradas de que Edgar Allan Poe, tenha dito
que “os olhos são uma janela para a alma”.
De todas as formas, não importa!
Para nós, iridólogos, “as íris são espelhos da alma e uma
janela para todo o nosso organismo”. E fora de toda licença poética, do
filosófica e metafísica que esta afirmação possa ser, para a iridologia esta
frase é totalmente real.
As íris são um espaço tão pequeno, tão delgado, tão sutil, e
não entanto irrepetível. Não existem duas íris iguais. Nem a direita igual a
esquerda, nem são iguais os olhos de irmãos gêmeos, nem olhos de mãe iguais aos
olhos dos filhos... Não existem duas íris iguais...
Só este fato nos dá a certeza absoluta de que cada indivíduo
é um universo. Fundamentalmente, se consideramos as íris como “espelhos da alma
e uma janela para todo o nosso organismo”.
Somos o que elas refletem.
Apesar de coabitar o mesmo mundo, compartilhar histórias e
sermos tão parecidos, cada indivíduo é um universo o que nos fala da
complexidade do ser humano.
Para o iridólogo, a íris esquerda informa sobre a metade
esquerda do corpo, entanto que a íris direita, fala da metade direita. Mas isso
é somente a cume da ponta do iceberg... A quantidade de informação que
extraímos das cores, dos detalhes da trama da íris, dos acidentes, formas e
cores da linha de expressão, do mundo de dados que podem ser extraídos da Banda
Pupilar Interna, sem deixar de ver a imediatez na compreensão da totalidade da
íris, na primeira e rápida observação desde o ponto de vista funcional e
estrutural... conformam um cúmulo de dados e elementos de juízo suficientes,
como para compreender a interação físico-orgânica, funcional e emocional no
indivíduo; permite compreender como cada experiencia, aprendizado, cada
expectativa e forma de ver a vida, se conjugam no consulente, para ser como ele
ou ela é.
Esta percepção surge da compreensão dos sinais das íris e da
compreensão das suas circunstâncias.
Agora, o avanço da iridologia nos últimos anos, nas últimas
décadas, tem sido estrondoso... Muito autores, pesquisadores, médicos e não
médicos tem contribuído para novas formas de observar as íris, para extrair
delas muitas e mais profundas informações. Podemos dizer que informações que só
poderiam existir nas íris, se temos condições de entendemos o ser como totalmente
inter-relacionado com o todo. Ou seja... sistemicamente.
Por exemplo, sabemos que as íris trazem a luz informações
que podem ser difíceis de “aceitar” para aquela pessoa que necessite de
comprovações cientificas. Neste caso, a íris esquerda, nos falam de como o
indivíduo interagiu emocionalmente com a sua Mãe na primeira infância. E, a
íris direita nos falam da interação emocional dos seus primeiros anos com o Pai.
Além das diferenças lógicas do nosso organismo físico, das
características herdadas geneticamente mais evidentes, nas íris se evidenciam
as diferenças pelas caraterísticas epigenéticas que vem da ancestralidade, pela
estruturação da psique e pelo grau e forma do emocional no indivíduo, tingindo
comportamentos e determinando escolhas e decisões, que determinarão uma maior
ou menor eficiência na interação com a realidade e com o meio, e pelo tanto, seu
grau de felicidade ou de infelicidade.
Porém, nem necessitamos da ciência iridológica para
reconhecer muitas das informações que os olhos e as íris oferecem ao bom
observador.
Os olhos e o resto do rosto, são um espaço tremendamente
dinâmico de expressões, que podem ser compreendidas em todo o leque de estados
emocionais e até, de intenções.
Ainda assim, existe uma força de expressividade enorme nos olhos,
que muitas vezes expõem emoções contrarias, desmentindo o que o resto do rosto
pretende dizer. Como exemplo mais evidente, podemos mencionar os rostos
sorridentes com olhos tristes.
O certo é que nas íris se vê o que sucede dentro de nós. Se
vê e em ocasiões, o que se vê não pode ser oculto ou dissimulado.
Então, podemos dizer que é possível a leitura irídica das
emoções?
Quais são os sinais iridológicos do amor ou da felicidade?
Quais são os sinais que demostram sentimentos de raiva, de
ódio, de rejeição, de afetividade...? Como se pode ver nas íris o ciúme, a
paixão, o descontento...?
Não procure, pois não achará.
Na iridologia clássica o que a gente observa das emoções são
suas consequências bioquímicas mas não as emoções em si. Se trata de uma integração
de dados objetivos provenientes das íris e do comportamento do consulente dentro
do que compreendemos como as suas circunstâncias, tudo isto moderado pelas suas
experiencias de vida e as ferramentas herdadas desde seu sistema familiar.
Nossa mente é treinada para interpretar expressões desde que
somos pequenos. O rosto da Mãe ou do Pai, reprovando comportamentos
inapropriados da criança, ou demostrando aceitação, paz e inclusão da sua
existência, podem ser os primeiros exercícios nesse aprendizado, nesse
treinamento.
Ocorre que as emoções são estados mentais em resposta as
mudanças do meio e servem principalmente para nos adaptar às circunstâncias de
forma apropriada.
Quando as “emoções” são vistas nas íris, o que a gente vê são
as consequências de um desgaste físico-emocional, em relação a uma emoção não
percebida, não aceita ou não resolvida, por termos ignorado sua mensagem da
necessidade de adaptação ás circunstâncias.
Assim, um amor não correspondido envia uma mensagem, mas se
insistimos, se não compreendemos a mensagem e não nos adaptamos à realidade, a
realidade de que esse amor não é viável, evidentemente o que resta será sofrer.
Uma pessoa que não recebeu os cuidados e o amor dos pais, no
tamanho e qualidade que ele achava merecer, será uma pessoa que carregará um vazio,
angústia ou desarmonização, por não ter compreendido a necessidade de se
adaptar à realidade que lhe tocou viver, e às características únicas que a vida
dos seus pais tinham naquele momento. Assim, suas emoções estarão travadas... estarão
cristalizadas, mantendo o individuo inerte perante das suas emoções mais
primitivas e a possibilidade de evolução e de adaptação à realidade, para ter
condições normais de continuar com a sua vida, do jeito que ela foi e do jeito
que ela é.
Agora, se bem é certo dizer que não existem sinais
iridológicos das 27 emoções humanas reconhecidas, também e certo dizer que existe
no bom iridólogo, uma mistura de poder de síntese, graças ao domínio do seu
conhecimento, uma boa e assertiva capacidade investigativa e uma boa dose de
intuição fenomenológica, que lhe ajudam a perceber as emoções dominantes que
invariavelmente incidem nos processos de desequilíbrio e doença, sejam estas
orgânicas, funcionais ou, propriamente emocionais.
Em definitivas, as íris não mostram as emoções em si, mas se
expressam e se “confessam” ao iridólogo, através da percepção do que existe e
se mostra no campo físico, emocional e energético do indivíduo, jamais
isoladamente, e sempre em relação aos seu contexto e suas circunstâncias.
Um forte abraço a todos
Muita luz
Até
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