O Chá Verde é bom, é ruim, é “milagroso”, e um “vilão”...?
Com certeza podemos afirmar que não é “milagroso” e também
não é “vilão”.
Em si, a planta Camellia Sinensis da qual se faz o Chá Verde
possui excelente qualidades medicinais e ainda que todos os chás extraídos dela
tenham basicamente os mesmos componentes químicos, a biodisponibilidade de
esses componentes varia segundo a origem e a forma em que eles são preparados
em suas quatro ou cinco variantes básicas.
A espécie da planta Camellia Sinensis dá origem a milhares de chás diferentes, de acordo
com as condições de cultivo, coleta, preparo e acondicionamento das folhas. No
entanto, todos esses produtos podem ser divididos em quatro ou 5 categorias
distintas: chá branco (não fermentado [oxidado], produzido das mais tenras
folhas, mais raro e caro), chá verde (levemente fermentado ou oxidado), chá
oolong (com fermentação/oxidação mediana, basicamente ficando entre o chá verde
e o preto, mas com características gustativas geralmente mais parecidas a do
chá verde), chá vermelho (as folhas são prensadas e maturadas em barris) e chá
preto (bem fermentado/oxidado e forte).
Falando
especificamente do Chá Verde, muitos são os estudos que descrevem os fito-químicos
que o compõem. Mais de 200.
A composição química do chá verde inclui diversas classes de
compostos fenólicos ou flavonóides, tais como flavonóis e ácidos fenólicos,
além de cafeína, pigmentos, carboidratos, aminoácidos e certos micronutrientes como
as vitaminas B, E, C e minerais como o cálcio, magnésio, zinco, potássio e
ferro. Os principais flavanóides presentes no chá verde são os monômeros de
catequinas.
Por conter estes nutrientes é considerado um alimento funcional.
Como foi dito, o chá concentra níveis elevados de polifenóis
e catequinas, capazes de bloquear as
alterações celulares que originam os tumores, assim como combater
radicais livres, protegendo as células e evitando e retardando desta forma o envelhecimento precoce. Também
reduzir o LDL (colesterol ruim),
melhorando à saúde das veias e artérias e prevenindo doenças cardiovasculares. Ainda,
tem efeito antisséptico e adstringente
devido ao tanino na sua composição, o que lhe fez ganhar fama nas preparações
estéticas como em cremes e nas limpezas de peles oleosas. Recentes estudos
mostraram que, usado em creme, o chá verde melhora a defesa das células contra
raios ultravioletas, prevenindo,
assim, o câncer de pele.
As catequinas presentes nos chás obtidos da Camelia Sinensis
são consideradas potentes antioxidantes e anti-inflamatórios, pois inibem a
ativação do fator NF-kB, que é um ativador da inflamação. Por isso, o consumo
regular de chá verde oferece diversos efeitos protetores ao organismo, devido à
redução do processo inflamatório de uma maneira geral.
Especificamente se publicou em diversos estudos, que o
consumo de Chá Verde contribuiu à diminuição dos riscos de câncer de mama, colo
retal e próstata.
Por conter cafeína, teofilina (a cafeína das ervas) é
conhecida sua ação como energetizante (na realidade estimulante) e modulador do
peso a partir do aceleramento do metabolismo. Bom para o cansaço, para o
esgotamento e a convalescênça.
É muito utilizado para melhorar as condições respiratórias
pela sua adstringência a nível pulmonar e brônquico.
Mulheres que tomam até 5 xícaras de Chá Verde registraram
uma diminuição de até 31% de risco de doença cardiovascular e outros estudos
mostraram diminuição da dislipidemia em relação ao colesterol e aos triglicerídeos.
Características antioxidantes do Chá Verde também o colocam
no alto da preferência popular como anticancerígeno e de outras doenças
degenerativas como as cardiovasculares e da diabetes mellitus. Excelente para
combater a arteriosclerose.
Existem outras propriedades em estudo, como a possibilidade de
melhorar a estruturação dos ossos.
Claro que estamos sento muito sucinto. Estamos intentando
resumir muito aquilo que se diz de bom desta planta e do seu histórico
relacionamento com o homem.
Então... O que é que existe de ruim nesta planta tão
poderosa e generosa?
Na realidade todos os produtos
naturais, todas as ervas medicinais e os alimentos naturais possuem características
terapêuticas interessantíssimas e também áreas terapêuticas nas quais não
possuem ação. LÓGICO!!!
Não é que existam aquelas ervas
que sejam milagrosas ou vilãs e sim aqueles que são bem utilizados e aqueles
que são utilizados equivocadamente.
Particularmente prefiro não usar o Chá Verde nos meus
tratamentos pelas características dos meus clientes. É que na maioria dos casos
os benefícios desta planta, contrariam o que seria o processo natural de
recuperação dentro de um processo terapêutico natural.
Agora, se a pessoa está em boas condições orgânicas e energéticas, bem poderá se valer deste Chá para melhorar seu desempenho o até sua estética. Com boa saúde poderá melhorar sua imunidade e as condições cardio circulatórias, elevar sua defensa anticancerígena e melhorar seus valores glicêmicos.
Mas, devemos convier que aqueles que já estejam sofrendo de alguma doença ou de algum desequilíbrio funcional poderão se sentir diminuídos por aquelas mesmas boas características que a planta possui. Ou seja, o “lado ruim” que este fitoterapêutico pode ter surgirá quando é utilizada por pessoas que necessitam antes de outros processos terapêuticos, antes mesmo que os benefícios oferecidos pelo Chá Verde. Sendo assim, o Chá Verde pode “atrapalhar” o processo de cura, ou até retrasá-lo. E aí não faltará quem dirá: “Fez mal”.
Um exemplo:
Um organismo esgotado, anérgico, com disfunção hepática e insônia
(que é um caso mais que comum na nossa prática de consultório), utilizando se
do Chá Verde apresentará uma melhora momentânea pela adstringência e pelas
características anti-inflamatórias. Melhorará fundamentalmente pela estimulação
da cafeína que lhe fará sentir se mais disposto. Mas, seu organismo lhe fará extrair
a energia suficiente (energia que já no possui a disposição) para responder ao
estimulo da cafeína nas mesmas áreas do seu corpo que devemos ajudar a se
recompor. Não existirá no indivíduo (em esse momento de maior desempenho) uma
“janela terapêutica” suficientemente extensa no tempo como para obter melhoras circulatórias
e funcionais que permitam a recuperação, antes de entrar em um esgotamento
ainda maior. O estimulo poderá ajudar a melhorar momentaneamente a
funcionalidade hepática, mas, não significa que os rins, as condições circulatórias
e cardíacas, que as funções digestivas e de absorção ou que a qualidade do sono
acompanhe a recuperação hepática ao ponto de reiniciar os esforços de
desintoxicação desse organismo. Em vez de recuperação real, proporcionaremos “crise
de cura” sem cura; extremaremos ainda mais os esforços desse organismo já sem
forças. O fato de se sentir melhor será uma mera “miragem”.
Outro exemplo pode ser ainda mais simples e esclarecedor. Se uma pessoa quer emagrecer com Chá Verde, o fará se tem saúde. Sem saúde o chá verde poderá exacerbar ainda mais as características típicas da ansiedade oral ainda que lhe de energias para comparecer à academia. A irritabilidade e a intolerância poderão tomar conta da pessoa se é que já possui estas características na sua personalidade. A aceleração do metabolismo outorgada pelo Chá Verde ficará pequena em relação ás necessidades de aquele que quer emagrecer em meio do desequilíbrio emocional e da alteração do sono. Finalmente, se seu fígado já não estava lá... essas coisas, aumentará sua disfunção.
Assim, um dos elementos mais traiçoeiros no uso do Chá Verde está nas suas próprias características positivas e especialmente na sua característica como estimulante já que considero que o estimulo que não traz consigo a solução para o desequilíbrio produzido pela falta de energia, é uma “faca de dois gumes”, que sempre complica mais do que ajuda. O estimulo (sobre estimulo) deteriora a qualidade do sono, diminui o tempo de descanso real (inviabiliza a fundamental produção hormonal noturna), reduz drasticamente a funcionalidade hepática e renal, reduz a imunidade e altera o sistema endócrino alarmantemente, da mesma forma que desequilibra emocionalmente, descompensando a vida social e laboral do individuo.
É verdade que
debemos sempre estar fazendo equilíbrio para extrair o melhor dos produtos
naturais dentro de um processo terapêutico que aspira a conduzir à pessoa
doente até um patamar superior de saúde e equilíbrio e a uma melhor qualidade
de vida. Mas essa busca de equilíbrio não deveria jamais prejudicar ao
individuo. Potencializar as variáveis que temos a disposição para ir alcançando
as melhoras que o individuo doente necessita, não passa pela sobre estimulação
específica como poderia ocorrer dentro de um ambiente médico-hospitalar e com
medicamentação controlada e supervisada.
Não na naturologia.
Não na naturologia.
Nosso respeito pelo organismo doente não pode ser menor ao sentimento de querer ajudar e então arriscar a possibilidade de que exista uma “melhora” no quadro do individuo, se existe a opção de que esse organismo possa piorar pela nossa atitude ou decisão irresponsável.
Conclusão:
O Chá Verde é bom. É muito bom até que se lhe mal utiliza.
Aí passa a ser
ruim. Aí passa a fazer mal.
Utilize-o de forma certa e no momento certo e extrairá o melhor dessa planta medicinal.
Possui boas e
grandes qualidades terapêuticas que podem estar ao serviço da saúde da pessoa
que necessita dessas qualidades. Não como condutor primário de processos de
cura ou aplicados irrestrita e automaticamente a todo tipo de individuo que se
encaixe dentro de alguma das sintomatologias tratada pela planta. Usada de
outra forma se corre o risco de super estimulação funcional e do Sistema Nervoso
que, pelo menos, não será de ajuda terapêutica.
Agora, se toma
Chá Verde de vez em vez, porque goste... sem problemas. Mas, se toma de froma
terapêutica, sem ter uma necessidade primária, poderá ser um estorvo para
atingir seus objetivos de equilíbrio.
Bom Chá!!
Muita Luz!
Abraços a todos!
Daniel Della
Valle.
Legal.Vou continuar tomando meu chazinho. Sinto que em quantidades pequenas ele me faz bem.
ResponderExcluirÉ isso aí! Evite o chá verde quando está muito nervosa ou ansiosa.
ExcluirBom chá!
Legal. Vou continuar tomando o meu chazinho. Sinto que em pequenas quantidades ele me faz bem.
ResponderExcluirPode deixar. Obrigada.
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