Já conversamos sobre o fato de que o envelhecer não
necessariamente deve ir acompanhado de doenças. Senescência é uma palavra pouco
usada, mas, que possui como sua acepção, toda essa transformação no tempo, como
uma evolução constante e cambiante do corpo, da mente e de todas as outras
facetas da existência do individuo em ausência de doenças, ou seja, como sendo
um processo normal.
Geralmente vamos vivendo e pouco cuidamos da nossa saúde. Já
com alguns anos começamos a “chorar o perdido” e decidimos de que já é hora de
cuidar. Às vezes, a saúde dá um susto na gente e sabemos então de que é a hora...
Pero cuidando ou não, começam a aparecer primeiro as limitações; sintomas
pequenos e isolados, depois as dores mais constantes; disfunções que chamam
muito mais a nossa atenção pelo desconforto, pela perca de independência... Até
que algum médico bota nome e sobrenome a nossa nova situação.
É comum no local de atendimento, ouvir dos nossos clientes
como justificativa às doenças e mal estares coisas como: “Deve ser a idade!”.
Outras vezes... “é coisa de velho!”.
Primeiro então é questão de verificar se estamos doentes
realmente ou é “coisa de velho”. Ou, melhor, si é coisa atribuível ao processo
normal de envelhecimento e então nos perguntar... Este quadro pode o não pode
ser revertido?
Chegando à conclusão de que é doença... O que fazer?
O que esperar?
Na nossa sociedade, experta em resignação e acostumada a
dizer amém à palavra santa do médico, o mais comum é passar a fazer o
tratamento medicamentoso. É tomar remédios e esperar. Trocar de remédios por
outro mais forte o diferente se é que não temos melhoras; agregar algum outro
remédio para o estômago para assim poder continuar tomando os outros remédios e
em uma boa proporção de casos, tomar remédios para sempre.
Essa é uma das opções.
Uma outra opção é manter em nós a responsabilidade que
comunmente depositamos nos remédios e fazer também os ajustes que necessitamos
para darmos a oportunidade de melhorar e de até sarar (lembremos que melhorar
não é sarar).
Então temos que ir ao encontro do equilíbrio; temos que
fazer por ter o equilíbrio orgânico e funcional que o nosso organismo
necessita. Levamos anos para gerar uma doença. Anos sem priorizar a saúde,
adquirindo e guardando toxinas, irritando os tecidos, nos alimentando mal e
perdendo nutrientes, enfraquecendo as nossas defesas, estressando o nosso
sistema nervoso, enevoando nossos equilíbrios homeostáticos, maltratando
estômago, rins, fígado e pulmões... Mergulhados em ambientes cheios de tóxicos
e desequilíbrios eletromagnéticos, etc.,...
Nesse patamar, esperar que um remédio nos devolva a saúde,
quando comummente possui mais efeitos iatrogênicos que benéficos, pareceria ser
mais uma demonstração de ingenuidade que de confiança.
E me permita o leitor achar palavras mais certas. Não estou
dizendo que não vale a pena tratar medicamentosamente. O atendimento médico é
fundamental. Quando possível o atendimento naturoterapêutico ou outros meios
alternativos podem ser de fundamental importância. Mas, em todo caso não é só
isso o que temos a fazer e fazendo só isso, faremos pouco. Muito pouco por nós
mesmos.
Seja uma gripe de repetição, uma gastrite, um quadro
reumático ou um tumor, necessitamos reavaliar atitudes, usos e costumes
errados, alimentação, sedentarismo, estresse emocional, a nossa vida emocional
e social... Todo deve ser avaliado para descobrir quantas coisas podemos
modificar e melhorar para fazer a nossa vida mais sadia e feliz.
Como melhorar seu sistema digestivo se não se mexe com a
alimentação, com a disbiose intestinal, com a falta de movimento ou de água,
com um descanso ruim ou até com a apreensão ou insegurança em excesso que lhe
desequilibra emocionalmente?
Como melhorar a circulação das pernas se não se ajuda com
exercício, com a melhora da oxigenação, com uma alimentação livre de gorduras e
reforçada em nutrientes, com a eliminação da tensão muscular noturna e com a
fluidez que o aumento de líquidos outorga...?
Estes exemplos simples já ajudam a compreender que os
remédios até ajudam pero farão só uma décima parte de tudo aquilo que poderíamos
fazer para ter uma recuperação mais rápida e completa.
Na prática Si você está com Síndrome de Pânico e toma um
ansiolítico, deixará de ter crises de pânico e se sentirá melhor e mais seguro.
Pero para sarar do Pânico: O que é que se está fazendo? Só tomando
ansiolíticos?! ... Nada. É necessário descobrir as causas dessa ansiedade que
se desborda, dar condições emocionais para achar as forças, o alento para
dispor da força de vontade na direção certa e fazer caminho em direção da
verdadeira compreensão de elementos como dualidade, medos, apegos, etc.,... Aí
sim o remédio ajuda. Ele lhe dará o tempo que necessita para descobrir essas
coisas e botar a andar seu próprio e único caminho de cura.
Já falamos em outro “post” que o verdadeiro papel, o esforço
verdadeiro que deve fazer quem faz um tratamento é o de se curar!
E aí, uma vez que se inicia um processo de real compromisso
para com a sua saúde, o tratamento realmente começa. E quem está envelhecendo
terá necessariamente que lembrar que há bastante trabalho pela frente.
O organismo que envelhece está mais lento. Todo o
metabolismo estará mais lento e o
aproveitamento dos elementos que farão parte do tratamento medicamentoso,
médico ou natural, será menor. E a isto se lhe agregam as tantas transformações
que o corpo da pessoa maior estará sofrendo, diminuindo sua capacidade de
reação e de recuperação.
-Existirá perda de 10 a 20% na força muscular, maior índice
de fadiga muscular com a consequente deterioração na mobilidade e na capacidade
funcional do idoso, prejudicando a movimentação a respiração e os movimentos
peristálticos.
-O coração não é o mesmo: Existirá uma diminuição do débito
cardíaco, da frequência cardíaca, e aumento da pressão arterial, da concentração
de ácido láctico, redução da oxigenação, com uma menor capacidade de adaptação
e recuperação no exercício.
-A capacidade pulmonar diminui. E não é doença. Diminuição da
frequência e do volume respiratório; aumento do volume residual de CO2, do
espaço desvitalizado dos tecidos que já não faz parte funcional do pulmão;
menor mobilidade da parede torácica pelo enfraquecimento muscular e o aumento
de sedentarismo e declínio do número de alvéolos o que reduz ainda mais a
capacidade respiratória e decorrente oxigenação.
-O cérebro e o sistema nervoso todo sofrem. Muito mais ainda
quando não se têm o hábito de beber água, já que um 20% de desidratação
corporal supõe uma diminuição da eficiência intelectual de qualquer indivíduo.
Mas, ainda, diminuição no número e tamanho dos neurônios, na velocidade de
condução nervosa, no fluxo sanguíneo cerebral, proporcionando maior tempo de
reação e menor velocidade dos movimentos.
O mais importante em termos de tratamentos medicamentosos é
a perca de eficiência digestiva e absortiva do sistema digestivo e as
dificuldades que surgem nos sistemas vinculados com a desintoxicação, que em
definitivas é o que mais necessita quem está envelhecendo e fica doente.
-Os Rins terão muita mais dificuldade para retirar a acides
do organismo. Ao mesmo tempo, ficarão muito mais sensíveis à agressão tóxica de
alimentos fundamentalmente dos próprios remédios. O mecanismo que faz o
controle da hidratação fica menos efetivo e a desidratação acaba sendo uma
constante nas pessoas maiores (Todo o metabolismo sofre com isso).
-O Sistema digestivo apresentará alterações estruturais, de
motilidade (movimentos peristálticos) e da função secretória. Com menos enzimas
e menos suco gástrico não se digere e se não se digere não se pegam nutrientes
e então se enfraquece.
-A flacidez do esôfago aumenta e com ela ocorrem
frequentemente episódios de refluxo.
A redução das secreções digestivas retarda o tempo que o
alimento passa no Estômago: Assim aumenta o tempo de esvaziamento gástrico,
alterando o tempo de absorção de medicamentos.
-Pâncreas e fígado reduzem seu tamanho e sua capacidade
funcional sensivelmente prejudicando a secreção de enzimas e de bicarbonato e
reduzindo a capacidade de digerir gorduras e alimentos complexos. Na realidade
até os alimentos simples serão mais difíceis de digerir e muito mais
dificuldade existirá para realizara absorção dos nutrientes e dos medicamentos..
-Outra questão importante é o que sucede nos Intestinos, seja
o delgado ou no cólon: redução da superfície mucosa, das vilosidades
intestinais. Alterações na motilidade, permitindo uma hiperproliferação de
bactérias, uma das causa da perda de peso e da baixa imunidade em idosos. A
absorção de alguns nutrientes pode estar reduzida (vitamina D, B), já de outros
pode ser aumentada (glicose). Existe o aumento de incidências de neoplasias e o
tempo do transito do bolo fecal aumenta, o que reduz a quantidade de água nas
fezes, ressecando-as e diminuindo o movimento peristáltico que facilita a
defecação, alem de provocar atritos e lesões na parede intestinal e no plexo hemorroidal.
Essas são algumas das dificuldades que quem envelhece
sofrerá não só perante de um tratamento medicamentoso sino também no dia a dia.
Por isso na perseverança e a continuidade são muito importantes para arribar a
bom porto.
Todas estas mudanças fisiológicas e anatômicas parecem ser
muito drásticas e até “perversas”. Muito mais ainda quando são enumeradas todas
juntas, no mesmo artigo. Mas não há neste comentário nem mistérios nem novidades.
No tránsito do envelhecer, o organismo perde elasticidade, órgãos diminuem e
ficam menos eficientes, se desidrata, perde resistência, ganha muitas
dificuldades para se “refazer” e, aos poucos, gradativamente se desvitaliza e
eventualmente morre.
Estar preparado para isso faz parte desse “envelhecer
com saúde”, tema do qual estamos falando e que nos ajudará a vencer os
(estes sim) velhos conceitos de que chegar a velhice é ficar doente e
esquecido. De que velhice é doença.
Gostei de outra frase do Dr. Jair Riveiro e deixo para vocês:
Morra jovem... o mais tarde possível!!!!
Muita luz e boa vida!
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